Resignação

No Brasil, temos que ser especialistas em resignação ou com certeza vamos para numa cama de hospital de tanta raiva e impotência.

Fiz uma viagem de setecentos e poucos quilômetros pelas estradas paulistas pedagiadas.

Raposo Tavares, ligações, Castelo Branco, Rodoanel, Imigrantes, Mogi Bertioga. Por estar em rodovias pedagiadas, mesmo pagando o IPVA que também recolhemos para conservação de estradas, não faltaram buracos de pequeno, médio e grande portes.

Não dá para rir dessa situação constrangedora para todo cidadão que paga, paga e paga para governos ineficientes e mau administrados, com bilhões de recursos para fazer tapetes persa para nossos carros em todas as rodovias e nos oferece pavimentos de péssima ou nenhuma qualidade a preços estratosféricos.

Você já tentou reclamar para as administradoras de rodovias? Já fiz isso via 0800, eles tem essa regalia para você ouvir musiquinhas e desculpas esfarrapadas. Eles querem saber em que quilômetro era o buraco. Se você resolver filmar, fotografar e documentar a buraqueira, prepare-se para ficar meses na estrada e gastar milhares de reais que não servirão para nada, eles tem bilhões de respostas ineficazes para seus milhões de documentos. Os buracos estão às portas de entrada e saída dos pedágios, quando não estão na própria cancela que se ergue quando você deixa o seu dinheiro suado por lá.

Eles não ficam contentes com o dinheiro que recebem por pedágios e também pelo IPVA, ambos tem a mesma finalidade, conservar estradas. Estou repetindo para não esquecer. Colocam radares exdruxulos em locais inusitados, você roda a 110 ou 100 e o radar diz que você tem que passar ali a 40, radares fixos, radares móveis, radares em reformas, você tem que ser uma águia para não receber uma enxurrada de multas na sua caixa de correios, essa indústria mantida pelo nosso dinheiro para nos penalizar é criativa para induzir o patrão ao erro.

Resignação é o que nos resta. Eles dizem que querem salvar vidas no transito, creio que sejam as próprias vidas, não há bom senso e é impossível viajar sem voltar com um presente de grego do Estado para você, Patrão que paga a conta e cala a boca.