Meio século de Tijuca, quem é da minha geração sabe o que significa ter sido criança na Praça Xavier de Brito: bicicletas, escorrega, cavalinhos, a lojinha que consertava e enchia os pneus das magrelas. Todas as alegrias e fantasias infantis num cenário poético. Os anos voaram, mas a pracinha resistiu aos avanços e preservou o seu charme. Para os adultos, ainda é um recanto de paz, contemplação, exercícios e caminhadas.
No entanto, o entorno do pequeno paraíso padece de uma realidade árida. Assaltos diários na rua Uruguai, Dona Delfina, Antônio Basílio, Conde de Bonfim e av. Maracanã. Gangues transitam, sem nenhum pudor, promovendo furtos e medo. Durante a madrugada, motos passam rasgando as vias, atravessando semáforos, buzinando em escândalo e interrompendo nosso sono no sobressalto do desaviso. Cenas de um Velho Oeste anacrônico no Rio de Janeiro contemporâneo. A quem reclamar? Cabines de polícia, que antes transmitiam a vaga sensação de segurança, acharam melhor retirá-las. As viaturas da PM ocuparam o lugar, estacionam aqui e acolá, mas não sabemos se estarão presentes quando precisarmos. Geralmente, não estão.
Nas sombras, garagens são arrombadas, carros saqueados, portões e muros pichados. Câmeras observam passivas, não intimidam, apenas guardam as imagens na memória de um chip e no dia seguinte exibem a denúncia inútil contra elementos que continuarão impunes. O surpreendente é que tudo isso ocorre às portas da delegacia do bairro. Estamos na Tijuca, mas dizem que somos apenas o reflexo da cidade inteira.
Sem ter o que fazer, nos trancamos em nossas trincheiras, aperfeiçoamos a fortaleza que chamamos de lar e dormimos com um olho aberto. Quem nos protege? Nem Batman nem Superman, somos nós os heróis que tentam sobreviver sem armas, sem colete, sem poderes, mas com a fé no provável amanhã. Adormecemos e sonhamos com a Tijuca bucólica, que já foi palco de romances e belas histórias nas suas chácaras e fazendas submersas pelo tempo. Sonhamos com o passado, pois o presente nos sufoca e desbota a vida.
No entanto, o entorno do pequeno paraíso padece de uma realidade árida. Assaltos diários na rua Uruguai, Dona Delfina, Antônio Basílio, Conde de Bonfim e av. Maracanã. Gangues transitam, sem nenhum pudor, promovendo furtos e medo. Durante a madrugada, motos passam rasgando as vias, atravessando semáforos, buzinando em escândalo e interrompendo nosso sono no sobressalto do desaviso. Cenas de um Velho Oeste anacrônico no Rio de Janeiro contemporâneo. A quem reclamar? Cabines de polícia, que antes transmitiam a vaga sensação de segurança, acharam melhor retirá-las. As viaturas da PM ocuparam o lugar, estacionam aqui e acolá, mas não sabemos se estarão presentes quando precisarmos. Geralmente, não estão.
Nas sombras, garagens são arrombadas, carros saqueados, portões e muros pichados. Câmeras observam passivas, não intimidam, apenas guardam as imagens na memória de um chip e no dia seguinte exibem a denúncia inútil contra elementos que continuarão impunes. O surpreendente é que tudo isso ocorre às portas da delegacia do bairro. Estamos na Tijuca, mas dizem que somos apenas o reflexo da cidade inteira.
Sem ter o que fazer, nos trancamos em nossas trincheiras, aperfeiçoamos a fortaleza que chamamos de lar e dormimos com um olho aberto. Quem nos protege? Nem Batman nem Superman, somos nós os heróis que tentam sobreviver sem armas, sem colete, sem poderes, mas com a fé no provável amanhã. Adormecemos e sonhamos com a Tijuca bucólica, que já foi palco de romances e belas histórias nas suas chácaras e fazendas submersas pelo tempo. Sonhamos com o passado, pois o presente nos sufoca e desbota a vida.