Cheia ou quarto minguante.
Casei. Faz tempo. Tenho um sogro.
Tenho um sogro que me fala que a lua cheia esparrama as nuvens do céu. Se está nublado e há possibilidade de chuva, esqueça! A lua cheia nasce e esparrama tudo. Não choverá.
Conhecimento popular, baseado na repetida observação e repassados verbalmente por muitas gerações.
A lua interfere, tanto que qualquer calendário anota as fases da lua.
Plantar rabanete não tem dia, mas tem lua!
Cortar cabelo... Qual resultado deseja? Observe as fases da lua.
O conhecimento empírico é farto, quando trata-se da influência das fases da lua na atividade antropológica.
Na prática as hortaliças, plantadas na fase minguante da lua tendem a demorar mais para eclodir. Disso concluiu-se que nessa fase plantam-se raízes; rabanetes, beterraba, cenoura, batata, cebola de cabeça tendem a se beneficiar. A explicação da conta de que ao germinar a planta força nessa fase o enraizamento, retardando a exposição da parte aérea. Disso resulta uma exuberância nas raízes e um menor porte aéreo.
Quanto à seiva, nessa fase, a planta absorve menos quantidade. Estão é boa para extração de madeiras.
As observações são empíricas mas as justificativas são físicas.
A força gravitacional exercida pela lua sobre o globo terrestre justifica esse cuidado.
Um Geólogo não admite a terra como uma esfera perfeita, senão como um geoide de massa mais ou menos esférica que se molda por interferência da gravidade da lua e da rotação centrífuga.
Qualquer vivente da beira do mar sabe que a gravidade atua sobre a água provocando as mares. Desconsiderar esse fenômeno nas plantas e em qualquer ser vivo que tenha em sua composição agua, é no mínimo ser parcial.
Na contramão dessa interdependência está o domínio da natureza pelo homem. Assunto para discussões filosóficas do século XIX, com o desenvolvimento da ciência e da técnica.
Se concebeu a natureza como algo a ser possuído e dominado. Qualquer tentativa de pensar a integração entre o homem e natureza foi barrada. Esse pragmatismo domina o modelo de exploração agrícola, num dualismo entre erva boa e erva daninha. O que não serve deve ser eliminado.
Esse afastamento do homem integrado ao seu meio natural, patrocina o pragmatismo e busca suplantar qualquer visão holística e integrada. Conhecimentos empíricos, como respeitar as fases da lua na atividade agrícola, são tidos como ignorância popular.
Por outro, essa ignorância afirma que a única lua que não se deve desenvolver qualquer atividade relacionado ao cultivo agrícola é a lua de mel.
Não sei dos outros, mas ainda observo as fases da Lua.