MOLINA RIBEIRO
A Academia de Letras de Campina Grande mais uma vez toma um baque com a perda da confreira Maria de Molina Ribeiro, neste fatídico 31 de março. Ocupante da Cadeira nº 7, cujo patrono é Ascendino Virgínio de Moura, foi empossada em 16.06.1986, sendo recepcionada pelo acadêmico Ricardo Soares. Molina integrava o Conselho Diretor da Academia, exercendo a função de Diretora da Biblioteca. Foram 30 anos dedicados à vida acadêmica, escrevendo livros, crônicas e artigos para o Diário da Borborema, Jornal da Paraíba e outros periódicos.
Autora de 4 livros: Dois Momentos de Minha Vida, A Mulher através da História, O Ofício de Escrever e outras Vertentes e o último inédito, Café da Manhã – Crônicas e Artigos, que tive a honra e a alegria de prefaciá-lo. Este é um livro diferente dos anteriores, porque nele Molina traz à reflexão o poder de sonhar divinamente, embora acorrentado à dimensão humana. Nele, ela cria imagens, poesias, sensibilidades, que permitem abrir caminhos aos sonhos e desejos humanos. E o faz com beleza, com sentimento, com ternura, explorando o âmago de sua própria alma, mas também com o sacrifício, a luta diária, os obstáculos, a coragem de superação dos desafios de sua vida laboriosa.
Em sua saudação acadêmica Ricardo Soares afirmou que lendo Molina, “coabitamos com uma sensibilidade exercitada por percepções que vão à fronteira de todas as coisas. Suas crônicas transmitem que, embora os interesses pessoais e o amor próprio planifiquem o mundo, dentro desse mundo ainda podemos sentir o cansaço do trabalho honesto, cujo esforço é sempre compensatório – conquanto não façamos do cérebro uma arma vã. É o que mais impressiona em Molina: a convicção de que devemos construir com nossos recursos, escrever com nossas palavras e citar com nossos reais conhecimentos”.
Quão enorme falta já nos faz Molina! A mulher simples e culta, a amiga de todas as horas, a colunista talentosa, a jornalista versátil, a professora comunicativa, a escritora ligada ao dia-a-dia das pessoas, a acadêmica que se impregna da responsabilidade própria de quem lida com a literatura construindo uma mensagem de integridade do ser humano. Nossa Casa encontra-se enlutada com sua partida, mas sentimentalmente unida a Molina, que permanecerá imortal em nossa memória.