Amostrados

Não dá mais pra segurar: não aguento assistir aos noticiários e nem ler os jornais. Só há o samba de uma nota só, a crise política. O mesmo blablablá. A mesma cantilena. As mesmas acusações e defesas de sempre. Aquele miolo de pote repetitivo, aquela conversa mole de tapioca mordeu beiju. E as mesmas caras de pau na tevê. Uma briga interminável. E chata paca.

Tenho a minha posição: sou fontra o golpe vioa impeachment e priu. Mas não dá mais para discutir. Enchi o saco. Esgotei. Cansei. Quando ligam a televisão em casa eu me mando para o quarto, fecho a porta e liogo o velho toca-fitas com músicas do passado e fico lendo um romance policial,agora é uim de Simenon, "Maigret em Vichy", comprei no supermercado. Fico longe, bem longe desse lenga-lenga, afinal sou um véio cansado de guerra que não influi e nem contribui em nada. Eu querro, como dizia o saudoso Tim Maia, é sossego.

Detesto os amostrados. De um lado e do outro. Dói, entristece, constrange e revolta que, em meio a tantos problemas, num momento tão difícilde aflições e quase de desespero, ainda exista políticos querendo tirar proveito desse drama, querendo aparecer, fazer demagogia, se amostrar. Esses amostradops estão em todos os partidos e, pasmem, até em entiades importantes e, portanto, deviam manter uma certa sobrieedade e spó falar na hora da decisão, deviam manter um certo recato.

É difícil se desligar da crise. Difícil e também de certa forma, concordo, é uma espécie de fuga, alienação, covardia. Mas estpqa ficando difícil aguentar essa novela chata e repulsiva. Xô, amostrados. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 06/04/2016
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