ÚLTIMA BARREIRA
Em um velório de uma pessoa idosa, o preletor expôs tese curiosa que nunca tinha atinado. Argumentava: todas às vezes de um idoso falecer, vai-se também a barreira entre nós e a morte.
Chega o momento em que nada há mais entre a gente e ela (a morte). Pela idade avançada, os mais velhos já partiram, só nos resta encarar de frente a nossa vez.
Por isso, deduzia o orador, mais que uma atitude cristã e humanitária, cuidar bem dos mais velhos é um meio de nos proteger.
Há lógica. Todas as vezes que volto de algum velório de alguém mais idoso, sinto-me apreensivo como se tivesse uma parte minha também ido embora.
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