CORAÇÃO DIVIDIDO

CORAÇÃO DIVIDIDO

Nunca me apaixonei por duas mulheres, mas torço por dois times de futebol.

Um é um amor de infância que completa vinte e três anos. Relação que passou por momentos felizes como um título da Copa Libertadores e um Campeonato Brasileiro, mas que no momento vive um jejum de títulos de maior expressão.

Também enfrentei um rebaixamento, penso que a derrota é a profissão de fé de um torcedor e o mandamento é não negarás para que time torces.

A minha aproximação com outro time é mais recente, deve datar de oito a nove anos. Eu atribuo alguns significados para esta relação.

Primeiramente há o aspecto geográfico, o clube está mais perto de onde moro (tem mais probabilidades de eu assistir um jogo in loco) e a vitória dele significa também uma vitória da região sul do estado ( será só eu que sinto isto?).

Outro fato que me toca é o clube ser mais modesto economicamente, desta maneira me sinto mais próximo dele. Sempre afirmo que o dinheiro que circula no futebol (grandes clubes) mata um pouco a minha paixão, mas ainda bem que na maioria do tempo eu esqueço.

O que acontece quando eles se enfrentam?

Digo sem demagogia que torço pelo empate e prefiro que não se enfrentem em fases decisivas de uma competição. Mas os caminhos do Grêmio e do Brasil de Pelotas se cruzam nas quartas de finais do Campeonato Gaúcho, onde apenas seguirá adiante.

Terei que tomar posição entre o amor mais antigo e o mais recente. Já tomei partido, decidi torcer para o qual a derrota será mais catastrófica para os objetivos do ano.

Desculpa, rubro-negro.

FÁBIO SOUZA DAS NEVES, Pinheiro Machado 04-04-2016