OPINIÃO

Como dizia Raul, “se agora pra fazer sucesso, pra vender disco de protesto, todo mundo tem que reclamar, eu também resolvi dar uma queixadinha porque eu sou um rapaz latino-americano que também sabe se lamentar”. E a minha opinião é a seguinte: somos todos seres humanos, ok? Branco, preto, pardo, cinza, colorido. É só colocar lado a lado pra perceber que, sim, existem algumas diferenças: cabelo, tamanho do nariz, tamanho da boca, ombros mais largos, cinturas mais finas, altos, magros, olhos puxados. Mas o jeitão é o mesmo. Não tem como negar isso. Inclusive sexualmente falando: homem, mulher, homo, hetero, bi, tri, treta, penta. Isso não é argumento para qualificar ou desqualificar a humanidade do indivíduo. E se todos são seres humanos, devem ser tratados como tal, de forma equivalente e igualitária, seja nas remunerações, seja nos afazeres domésticos, seja no papai-mamãe ou no mamãe-papai. Todos têm o seu papel na sociedade, todos têm os mesmos direitos, e todos têm o dever de fazer da sua vida algo que vá melhorar a vida de todos os outros seres. Aí eu estendo pra todos os seres, não só os humanos, porque o planeta não é propriedade da raça humana. Há quem diga que estamos no topo da cadeia alimentar, e mesmo que isso seja contestável, é tão somente a dádiva de uma grande quantidade de condições que nos proporcionaram esse privilégio. Mas isso não nos faz donos de nada. O planeta pode muito bem puxar o nosso tapete (acho que está em vias disso, inclusive). Assim, concluindo: somos todos iguais, pertencemos a um ecossistema extremamente complexo e frágil, e para que os nossos dias sejam cada vez melhores, temos o dever, enquanto seres humanos, de cuidar de nós mesmos e de todo o resto. E fim de papo.