Oito horas e trinta minutos no horário de brasília
já é meia noite e quarenta e nove da noite. deu pra ouvir uns grilos aqui da sala. sem mais panelas ou buzinassos. foi um dia longo e acaba com a certeza de que algum tipo de golpe foi aplicado hoje. não tenho nem como opinar porque estamos a um passo do desconhecido, e não o bom desconhecido. mais para caos político provocado por uma elite. não tem um lider definido, apenas heróis momentâneos. mas tem um porta-voz. um homem de meia idade, que todas as noites de segunda a sexta se apresenta a nós com um terno impecável, um cabelo com mechas brancas (para demonstrar maturidade) e um semblante sério. é um homem de família, se apresenta muitas vezes com sua mulher ao lado e fala com todos como se fossem seus filhos. o fundo azul aumenta a sensação de seriedade e a produção bem-feita com uma música de orquestra dá a sensação de que foi tudo muito caro. esse é o porta-voz de uma elite. um homem sério que aparenta riqueza material. ele nos presenteia com o lado da vida de quem já nasce rico e mostra como é bom. depois ele nos mostra o que fazer para chegar lá de um jeito que não atrapalhe outros cidadãos de bem nem as correntes que amarram a sociedade. se nada disso der certo, ele aponta seu dedo branco para quem provavelmente estaria impedindo tantas pessoas de estarem ao seu lado e dos seus companheiros patrocinadores. eles não querem um governo de conexões com pobres. nem com o público. de público, só audiência passiva importa.
mas um dia chegaremos aí senhor bonner, e não seremos gananciosos como vocês, apenas não seremos amigáveis.