POETAS DE PORTA DE BANHEIRO
Crônica de:
Flávio Cavalcante
Não sei se chamo isso de arte. Apesar de encontrarmos os mais diversos temas e na maioria bem interessantes, todo trabalho dos pensadores na hora de suas necessidade fisiológicas, virou alvo de críticas não, pela obra em si, Mas pelo dano causado ao patrimônio de alguém.
De evangélicos a poetas, cada um com a sua qualidade na escrita. Além dos recadinhos e telefones de contatos para momentos íntimos. Aliás, é de não se acreditar no que ser ver atrás da porta de um banheiro público. Nota-se como a mente é brilhante e é exatamente nessa hora que acontece o grande momento de inspiração. Uma grandiosa diarreia mental.
Realmente falo com convicção, já escrevi algumas peças teatrais em momentos de necessidade fisiológicas. Faz sentido ao que falam sobre estas grandes inspirações. Posso dizer que é um momento zen.
O impulso de escrever em lugares inapropriados não atribui a arte e sim a um vício que alimenta um ego de querer deixar sua marca no local e assim não consegue parar de deixar seu grito, plantando um legado de revoltas.
A arte de escrever é linda e deve ser expandida, sim; mas também muito respeitada e não é dessa forma de divulgação que vamos ganhar o respeito de outrem. Arte assim denigre sonhos, joga na lama todo uma vida de trabalho que há séculos se vem tentando conquistar.
Quem é da arte da escrita diz que é nas horas das necessidades fisiológicas que desabrocham as grandes obras como entreguei anteriormente. É estranho até de fazer certos comentários. Essas necessidades são particularidades de cada um.
Estamos diante de um problema que merece ser tratado com bastante carinho. O poeta de porta de banheiro no meu ponto de vista é um vândalo e deveria ser tratado como tal. Já li alguns artigos sobre esses distúrbios que o malfeitor não consegue se livrar do vício e a pichação entra no descontrole e a mente insana enxerga que deixar a sua marca passa ser uma questão de honra.
As leis do pais deveriam criar sistemas de educação e até mesmo punição para aqueles vândalos que por não ter nada na cabeça fica depredando um património que não lhe pertence.
Flávio Cavalcante