Virtudes nas parábolas, vícios nas fábulas
As fábulas são comparações de animais com características de costumes humanos. As parábolas, também comparações, mas apenas humanas, circunstâncias onde e quando homens e mulheres protagonizam ensinamento a respeito da misericórdia, da bondade , da justiça ou das virtudes contrárias à vingança, ao ódio e à injustiça. Ambas são analogias. Jesus Cristo usava parábolas e comparações como a de igualar o hipócrita a um sepulcro caiado.
Anos atrás, meu inesquecível amigo Luizito me dizia que as abelhas são inofensivas, dão-nos o mel, mas há gente semelhante a abelhas selvagens que nos atacam com veneno, protejamo-nos com nuvens ou cortinas de fumaça. Já contra indivíduos parecidos com aves de rapina, répteis ou feras, usemos a distância; mas, se próximos, correntes, grades e jaulas...
Conhecemos a natureza dos animais, mas a dos animais humanos é de decepcionantes surpresas, porque a maldade é mais criativa do que a sossegada bondade. Nas fábulas , os homens bichos demonstram esperteza, sagacidade, preguiça, ganância, discórdia, desonestidade, deslealdade e inveja, mas os fabulistas intuem isso no quotidiano popular que atribui essas qualidades aos bichos à semelhança dos homens. A título de exemplo, à noite, quando é menos perseguido, o rato faminto sai da toca para matar a fome na nossa cozinha, então aplicamos normas éticas: Os camundongos não devem comer o nosso queijo. Ora, os ratos irracionais não sabem que o queijo não lhes pertence.
Assim, chamam também de "rato" quem "racionalmente" surripia o alheio; dirigentes e políticos que furtam o que é do povo, sabendo o que pertence ao povo... Aos desleais e traidores dão o nome de raposas; aos aproveitadores, de hienas; ou de escorpião ao que atravessou o rio nas costas da rã, para ferrá-la em terra firme... Há exceções. Contudo, nesse sentido, "data venia", parte do Congresso é um zoológico, de idôneos para julgar?