* Dancing To Devil *
Uma Crônica por Patty Costa e Gabriella Gilmore.
Dancing to Devil
Como toda menina sonhadora, vivendo em suas grandes ilusões. Bruna não era diferente.
Na cidadezinha do interior onde morava, desde pequenininha sonhava com uma vida diferente de suas colegas de bonecas.
Em frente ao espelho, de salto alto que "roubava" escondido de sua mãe, já ensaiava os primeiros passos de dança.
Anos passaram e almejar o muito já lhe era pouco, pouquíssimo por sinal...
Foi onde descobriu uma vida paralela. Pobre menina! Perdida em ilusões!
Bruna com 15 já estava na vida “fácil”. Saia com os coroas em troca de bons drinks e presentes caros. Dinheiro que era bom, ainda não existia. Foi quando descobriu a dança para o diabo na capital. Ela dançava, e ele pagava.
A rotina estava ficando pesada. Ela trocava o dia pela noite. Não tinha energia suficiente para aguentar o “regaço” foi quando lhe falaram de tal terreiro mágico, que era só ir lá, aceitar a poção, que a entidade governaria seu corpo que agora era um hospedeiro.
Bruna largou a escola, começou a mentir para a família e para os amigos que pensava ter, descobriu as drogas, não parava em emprego fixo porque se sentia superior a todo mundo e sua pele estava acabada.
Dez anos se passaram, enterrou amigos, amantes, foi estuprada, perdeu todos os empregos que pensava ter conseguido, não tinha mais a confiança da família, não parava em cidade alguma, não era feliz.
Naquela época o guru explicou exatamente o que aconteceria se ela decidisse vender a alma.
“Você não terá paz na sua casa. Nenhuma comunhão com sua família será possível. Esse será o preço”. Ela não acreditou.
Mesmo os anos se passando, a vida falsamente mansa e sem rotina, ser dançarina do capeta era a única coisa que ela sabia fazer.
Perdida entre a ilusão do tudo e o vazio do nada, se via perdida entre milhões.
Correr para onde?
Se esconder em que buraco, já que o demônio a achava onde quer que estivesse?!
Em seus devaneios, a ira tinha que ser descarregada na pobre família, que no amor, tudo suportava.
Entre gritos, berros e ameaças, todos se apegavam a oração.
E assim, seguiam os dias de Bruna. "Zombizando entre mundos, tendo vampiros ao seu redor”. Sangue suga de energias.
Cabisbaixa seguia os dias, enquanto o "capiroto" se sentia mais imponente e forte.
“Vendeste tua alma, menina. De hoje em diante, és minha!”
É de quem? Tua ,"Baixo Astral"? NÃO!
Os cosmos preferem acreditar que todo inverso tem seu reverso, basta a pessoa querer se livrar. Ajudas não lhe faltarão.
Um dia, Bruna acordará de toda ilusão de brilho falso e "glamour". Bastará apenas uma boa chacoalhada.
Mas aí, eis uma pergunta.
Até quando?
Até onde?
Ao Fim chegar?
( Feliz, agradeço o carinho e confiança pelo convite feito por minha amiga Gabriella Gilmore, para a realização dessa crônica ).