NÃO SEREMOS MAIS OS MESMOS.

Um calendário AL e DL, antes e depois da “lavajato” será marco referencial.

Mudamos permanentemente, e devemos mudar aceitando serenamente as forças que se mobilizam para o bem quando surge o mal.

Compreender a incompreensão é difícil. É inegável o grande mal que se fez à nação brasileira no envolvimento do público com o privado surgido de forma incomum, acabando praticamente com a Petrobras, já que em estado falimentar visível, situação que colocou inerte cidades e esvaziou empregos.

Nunca mais será a mesma coisa o cometimento de crimes, a coisa pública envolvida com o privado. Não que acabe, impossível o mal acabar, mas a atual didática fará pensar diferente. Os "mil estrelas" e políticos, presidente de banco, etc, estão presos.

O Juiz Sergio Moro enfrenta e enfrentou não só institutos processuais de resistência para chegar a este desfecho que descortina quadro lastimável de contaminação partidária.

Deve-se a situação à política de pessoalismos partidários, não excluo ninguém. Se há o partido campeão, protagonista, existem os que estão em seu redor. Seus integrantes na devida hora estarão diante das cortes competentes.

Queiram ou não opositores, mostrou Sergio Moro esse cenário que na Itália fez Paolo Borselino e Giovanne Falconi, conhecidos como mártires na Itália, magistrados retos e implacáveis, pagarem com suas vidas. No Brasil Moro começa a ser perseguido.

Célere e ágil, fechará seu ofício com rapidez decorrente de sua competência. A perseguição iniciada se reforça em várias frentes, e mesmo a inveja o cerca. O Procurador Antonio Di Pietro que teceu os primeiros fios da “colaboração premiada”, após o esfacelamento da máfia, teve que se autoexilar e se afastar do cargo. Diz que o mesmo acontecerá com Moro.

A retidão que expurga ganhos milionários, expondo-os, tirando-os dos porões, não é perdoada. Já se ouve próceres partidários ameaçarem que não haverá estabilidade sufragado o impeachment.

A representação política-parlamentar, já espancada pelo sistema proporcional em seus frágeis postulados, negociada com os grandes caciques, agora se torna vil quando uma debandada anunciada que chamam de desembarque, faz com que se busque na feira do granel a compra e venda de posições, por impossível o negócio no nível mais alto, já rompido.

A isto se chegou, essa é a representação da cidadania que temos e por esse desmanche restamos menores mais ainda do que sempre estivemos.

E sob esse teatro de fantoches escutamos uma advertência com galas professorais dizer que a culpa é do Juiz Sergio Moro, é da lavajato, que trouxe para o Brasil o desemprego, a inflação, a mentira pública. Não foi o crime, o ilícito, os desvios, a incorreção, foi Sergio Moro.

É o sarcófago da perseguição que abre suas portas e inicia passos lúgubres, desde vozes desinfluentes, mas reticentes, apontando imparcialidades ou não inexistentes, reiteradamente, por desconhecimento de competências jurisdicionais, até a irresponsabilidade de quem teria a tocha incendiária nas mãos.

O Brasil já viveu páginas históricas de lutas políticas, e sempre sobreviverá, e também seus homens de bem.

Melhor falhar por opinião para preservar o que seja bom, sem iluminações ou iluminismos, trabalhando pela crença no que se crê. Essa a prática desejável.

Dizer a verdade sempre, afirmá-la, afirmando-se como pessoa em ser verdadeiro, sem obscurantismos. Ficar com a verdade da caminhada onde se aprende a conhecê-la. Ficar à margem de sua verdade é ser fantoche e como fantoche acabar.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 28/03/2016
Reeditado em 29/03/2016
Código do texto: T5587962
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