ÚTERO IMAGINÁRIO
Tem dias em que nos sentimos estranhos, sem vislumbrar causa aparente. São dias que parecem estagnados, onde nada circula ao nosso redor. Ou, talvez, circule e a gente é que se sente em meio a uma roda viva, mas sem tomar parte do momento ou das situações externas. Como se estivéssemos dentro de um furacão, protegidos por uma bolha que amortece os baques e filtra as sensações. A única sensação que fica é de estranheza, de estar mas não sentir o lugar, como se um sonho estranho pintasse tudo à nossa volta, mas deixasse incolor o espaço que ocupamos.
Não se sabe o que é. Não conseguimos verbalizar. Apenas nos sentimos flutuar num déjà vu, monotonamente colocado entre o sonho e a realidade. Estranhamente nosso corpo fica leve, como se a gravidade perdesse força, a exemplo dos astronautas numa nave, em pleno espaço sideral.
É bom? Não é? Eu não sei definir. Mas esses momentos me ocorrem vez ou outra e me sinto freada, dormente, sem vida. E a vontade de ficar ali, na bolha, na nave, protegida e passiva é um canto de sereia. E como tal, perigoso! Corre-se o risco de buscar esse útero imaginário para fugir das situações problemáticas da vida...
Giustina
(imagem Google)Tem dias em que nos sentimos estranhos, sem vislumbrar causa aparente. São dias que parecem estagnados, onde nada circula ao nosso redor. Ou, talvez, circule e a gente é que se sente em meio a uma roda viva, mas sem tomar parte do momento ou das situações externas. Como se estivéssemos dentro de um furacão, protegidos por uma bolha que amortece os baques e filtra as sensações. A única sensação que fica é de estranheza, de estar mas não sentir o lugar, como se um sonho estranho pintasse tudo à nossa volta, mas deixasse incolor o espaço que ocupamos.
Não se sabe o que é. Não conseguimos verbalizar. Apenas nos sentimos flutuar num déjà vu, monotonamente colocado entre o sonho e a realidade. Estranhamente nosso corpo fica leve, como se a gravidade perdesse força, a exemplo dos astronautas numa nave, em pleno espaço sideral.
É bom? Não é? Eu não sei definir. Mas esses momentos me ocorrem vez ou outra e me sinto freada, dormente, sem vida. E a vontade de ficar ali, na bolha, na nave, protegida e passiva é um canto de sereia. E como tal, perigoso! Corre-se o risco de buscar esse útero imaginário para fugir das situações problemáticas da vida...
Giustina