A Mala ou o Trem?
A preocupação bem dosada é necessária e benéfica, porém de forma exacerbada mais atrapalha do que favorece o trabalho de qualquer cidadão. Segundo os entendidos esta inquietude ou ideia fixa antecipada perturba o espírito a ponto de produzir sofrimento moral. Não é à toa que vou logo dizendo: Quem quiser me tirar o sono é só marcar minha viagem para as primeiras horas matinais. Certa vez passei a noite acordado por medo de perder o horário da prova no dia seguinte, outra ocasião o motivo da minha insônia foi uma entrevista de trabalho, resultado o anseio atrapalhou totalmente o expediente e consequentemente perdi o emprego.
Não é área de um poeta, mas no dizer dos especialistas esta inquietude é, num certo sentido, um receio de que algo pode sair errado, então o cérebro precisa se manter em constante vigília. Há na preocupação, pelo menos para o cérebro límbico primitivo, alguma coisa de mágico. Como um amuleto que afasta um mal previsto, a preocupação ganha psicologicamente o crédito de prevenir o perigo com o que se está obcecado.
Então vou direto ao assunto: O título desta crônica pode parecer estranho, mas são acontecimentos comuns, por isso resolvi relatá-lo mesmo assim. Por estes dia estive conversando com um conhecido lá das Minas Gerais e como este adora um trem, acabou me segredando a razão de sua paixão. Meio que confuso dizia e repetia a questão e de qualquer forma ficou certo, pelo menos foi o que entendi: Não foi amor à primeira vista, aquela mala que sempre trazia a mão.
Seu nome não saberá certamente, mas isto pouco importa, Tinga das Gerais, o apelido. Os amigos lhe chamavam de poeta, mas ele dizia sempre: O que posso dizer do que me vem a mim com facilidade? Tenho consciência que sou apenas um colecionador de palavras. Sou um homem que adora pintar com os caracteres, isto é, brincar de amar com as letrinhas, se há mal pretensão não sei, mas fico a imaginar se algum dia o que escrevo de alguma maneira chegar a alma feminina de um jeitinho todo especial. Ah...se as minhas palavras alcançassem o coração de uma mulher bonita e doce, é divino amar ainda que através de palavras. Pena que eu não sou o que ela imagina que eu seja, mas de gestos e trejeitos isto o poeta aqui tem de sobra, e por aí saio à procura do amor por este mundo a fora.
Fez questão de falar: Na vida passamos por incidentes que parecem a queda de uma peça de dominó enfileirada, em consequência de seu esbarrão as demais vão ao chão. Já se passaram muitos anos da minha vida, mas aquela paixão vale à pena contar minuciosamente. Foi desta forma escrevendo que lhe aconteceu o que mais esperava; era primavera do ano em que os astronautas puseram os pés pela primeira vez na lua. Quando abriu a caixinha do correio ali estava uma carta com aroma de alfazema. Tinha poucas linhas e nelas estava escrito: “Encontrei o amor de minha vida”, mas não era pelo que estava escrito, aquelas palavras seriam por si só vazias, se não fossem a grafia redondinha e tinha o perfume nas entrelinhas. Coração de poeta não se engana quando o tema é amor, era como uma semente num terreno fértil, e como a chuva na terra sedenta. Outras cartas foram chegando e o perfume exalando mantinha o coração acelerado ao abrir cada correspondência.
Mais o tempo foi passando, seis meses, um ano de troca de palavras carinhosas e intimidades, então a incumbência chegou através da carta: “Esteja me aguardando na estação do trem na Capital da cidade”. Poeta mal podia acreditar, iria conhecer de fato aquela a quem ultimamente seu coração reverenciava em verso e prosa. Mais que depressa tratou de arrumar a mala, limpou, engraxou e colocou suas melhores roupas para passar os dias mais felizes de sua vida com a amada. Depois colocou a mala arrumada em cima da cama e caminhou de passos largos para a estação a fim de comprar o bilhete da passagem. Daí o escorregão: Poeta conferiu o bilhete faltavam dez minutos para o trem partir da estação e então o que fazer? Poeta gaguejou e o funcionário falou: Temos este horário ou então somente no dia seguinte.
Poeta pensou: O trem ou a mala?
Então, diga-me amiga, faria o quê? O trem ou a mala?
O trem apitou partindo da estação enquanto poeta permanecia paralisado em grande confusão: o trem ou a mala?
Poeta perdeu de vez a amada que cansou de esperá-lo na estação da cidade e não pode entender o sacrifício que fizera para conhecê-lo e ele nem de perto a quis ver. Poeta continuou a escrever e me segredou não desistirei nunca de tentar fazer chegar a alma feminina os meus sonhos, os meus desejos e minha maneira de amar. Que a feminilidade esteja sempre aberta aos meus textos e a esta maneira bem natural de dizer. "AMO-TE E BEIJOU A MALA!"
Não é área de um poeta, mas no dizer dos especialistas esta inquietude é, num certo sentido, um receio de que algo pode sair errado, então o cérebro precisa se manter em constante vigília. Há na preocupação, pelo menos para o cérebro límbico primitivo, alguma coisa de mágico. Como um amuleto que afasta um mal previsto, a preocupação ganha psicologicamente o crédito de prevenir o perigo com o que se está obcecado.
Então vou direto ao assunto: O título desta crônica pode parecer estranho, mas são acontecimentos comuns, por isso resolvi relatá-lo mesmo assim. Por estes dia estive conversando com um conhecido lá das Minas Gerais e como este adora um trem, acabou me segredando a razão de sua paixão. Meio que confuso dizia e repetia a questão e de qualquer forma ficou certo, pelo menos foi o que entendi: Não foi amor à primeira vista, aquela mala que sempre trazia a mão.
Seu nome não saberá certamente, mas isto pouco importa, Tinga das Gerais, o apelido. Os amigos lhe chamavam de poeta, mas ele dizia sempre: O que posso dizer do que me vem a mim com facilidade? Tenho consciência que sou apenas um colecionador de palavras. Sou um homem que adora pintar com os caracteres, isto é, brincar de amar com as letrinhas, se há mal pretensão não sei, mas fico a imaginar se algum dia o que escrevo de alguma maneira chegar a alma feminina de um jeitinho todo especial. Ah...se as minhas palavras alcançassem o coração de uma mulher bonita e doce, é divino amar ainda que através de palavras. Pena que eu não sou o que ela imagina que eu seja, mas de gestos e trejeitos isto o poeta aqui tem de sobra, e por aí saio à procura do amor por este mundo a fora.
Fez questão de falar: Na vida passamos por incidentes que parecem a queda de uma peça de dominó enfileirada, em consequência de seu esbarrão as demais vão ao chão. Já se passaram muitos anos da minha vida, mas aquela paixão vale à pena contar minuciosamente. Foi desta forma escrevendo que lhe aconteceu o que mais esperava; era primavera do ano em que os astronautas puseram os pés pela primeira vez na lua. Quando abriu a caixinha do correio ali estava uma carta com aroma de alfazema. Tinha poucas linhas e nelas estava escrito: “Encontrei o amor de minha vida”, mas não era pelo que estava escrito, aquelas palavras seriam por si só vazias, se não fossem a grafia redondinha e tinha o perfume nas entrelinhas. Coração de poeta não se engana quando o tema é amor, era como uma semente num terreno fértil, e como a chuva na terra sedenta. Outras cartas foram chegando e o perfume exalando mantinha o coração acelerado ao abrir cada correspondência.
Mais o tempo foi passando, seis meses, um ano de troca de palavras carinhosas e intimidades, então a incumbência chegou através da carta: “Esteja me aguardando na estação do trem na Capital da cidade”. Poeta mal podia acreditar, iria conhecer de fato aquela a quem ultimamente seu coração reverenciava em verso e prosa. Mais que depressa tratou de arrumar a mala, limpou, engraxou e colocou suas melhores roupas para passar os dias mais felizes de sua vida com a amada. Depois colocou a mala arrumada em cima da cama e caminhou de passos largos para a estação a fim de comprar o bilhete da passagem. Daí o escorregão: Poeta conferiu o bilhete faltavam dez minutos para o trem partir da estação e então o que fazer? Poeta gaguejou e o funcionário falou: Temos este horário ou então somente no dia seguinte.
Poeta pensou: O trem ou a mala?
Então, diga-me amiga, faria o quê? O trem ou a mala?
O trem apitou partindo da estação enquanto poeta permanecia paralisado em grande confusão: o trem ou a mala?
Poeta perdeu de vez a amada que cansou de esperá-lo na estação da cidade e não pode entender o sacrifício que fizera para conhecê-lo e ele nem de perto a quis ver. Poeta continuou a escrever e me segredou não desistirei nunca de tentar fazer chegar a alma feminina os meus sonhos, os meus desejos e minha maneira de amar. Que a feminilidade esteja sempre aberta aos meus textos e a esta maneira bem natural de dizer. "AMO-TE E BEIJOU A MALA!"