Pessach
Páscoa


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É Pascoa!
Um dia no Kairós, (tempo do Deus Eterno) na sala do Trono, em sua gloria imarcescível, assentado sobre um soberbo e incomparável trono de Safira cuja cor da Pedra preciosa é azul,  emanava o amor de Deus.
O escabelo de ouro, incrustado de rubis rutilantes e diamantes lindamente lapidados,  “O Deus Todo Poderoso” em cuja presença os Céus e a  Terra   se derretem.
A shekinah enche todo o ambiente, tudo é movimento.
O mar de vidro transparente,  diante do trono, fala da transparência que todos tem que ter diante do Grande Criador do Universo.
A corte celestial está ali reunida.
 Os Anjos mensageiros entram e saem na presença do Eterno Com as mensagens que o Santo Deus envia para os seus servos.
Os Arcanjos, todos diante da majestade divina, ali com suas vestes talares resplandecentes, pois são anjos da alta hierarquia celestial.
Os Serafins estão á postos para a hora da adoração, todos com suas harpas, alaúdes e tambores.
Os Querubins, (anjos guardiões) representantes da Criação vestidos com suas couraças , elmos e espadas, ostentando em sua aparência cada criatura que fora criada por Deus, inclusive o ser humano.
De repente, a musica ecoa por toda a extensão naquele recinto que é sem duvida de enormes dimensões.
Uma melodia incomparável, indizível, majestosa tocada pelos serafins, dá a introdução a um coral composto também por Serafins que ao mesmo tempo em que entoam a mais doce “doxologia”, voam por todo o ambiente, diante da majestade O Senhor de todo o Universo
Entre outras palavras do Cântico se ouviam “Santo, Santo, Santo É O Senhor dos Exércitos, a Terra inteira está cheia da sua glória” ... (Isaías 6:3). O farfalhar das asas dos anjos misturavam-se com os louvores. Alí toda reverência, toda a Adoração, todo Louvor, toda Ação de Graças... Isso por momentos intermináveis, no relógio de Kronos, mas lá, a adoração é Eterna!
Ato inesperado, Deus inclina-se para ver a Terra, a linda Terra que Ele por sua palavra formou, a Bela terra que surgiu da palavra Barah. (do Nada). O clima é de plena Adoração na corte celestial,  Não pára, são louvores eternos!
Mas, Deus  ao olhar para a o Universo abaixo dos seus pés, vê que tudo está silente. As estrelas continuam em sua caminhada pelo cosmo, mas caladas. Os dias na terra são sombrios, uma nevoa encobre a luz cósmica, a noite silencia sem ânimo, uma tétrica escuridão toma conta do Universo mesmo com as estrelas brilhando no cèu, Porém, sobre elas um fino véu turva o seu brilho. Na terra a natureza geme, o mar empola suas ondas e o seu barulho é como um grito de protesto, e o homem, ah, o homem, caminha cabisbaixo como um autômato. Na verdade, diante de Deus o homem rasteja. Espiritualmente rasteja, infelizmente, rasteja.
O ser humano, Projeto e coroa da Criação de Deus, estava caído. O homem é pó e esse pó estava  no caos. O homem está envolvido nas trevas do pecado, descrente, sem esperança!
Imagino que Deus, ao ver o estado miserável do homem que naquele momento e, por séculos e séculos, jazia e jaz na transgressão, algo se move em seu peito divino, pois Deus tem sua Personalidade, tem seus atributos, tem suas emoções e, antes de pronunciar qualquer sentença contra esse ser que Ele tanto amou e ama ainda, o seu coração comove-se e, apesar da dor que sentiu ao ver,
seu coração amou mais e mais esse homem. Nesse momento, Deus junta a miséria do homem e o amor que emana do seu coração e surge a sua “Misericórdia”!
Uma voz poderosa explode desde a Eternidade, ecoa no Universo, e se expande e quanto mais longe ela vai, mais poderosa, mais potente se faz e atinge os cantões do Universo.
Fala o todo Poderoso, troveja o Deus da Gloria!!!
Sua voz se eleva até os confins da Terra.  O Senhor fala e as as águas se comovem,  pronuncia suas palavras que saem da sua boca como flechas inflamadas direto para o alvo!
Nessa hora extrema, O Senhor conclama alguém e diz: “A quem enviarei eu, e quem há de ir por nós? (Is. 6:8) Em conclamar alguém para ir buscar as ovelhas para o curral, seu coração é tomado de um sentimento indizível e Ele balbucia; Quem irá buscar o meu amado, o homem, esse ser que amo e que fiz com minhas próprias mãos. Esse ser que com tanto amor, Reparti o meu folego de vida com ele. Para ele recriei o planeta que estava sem forma e vazio e o entreguei em suas mãos “Os Céus, são os Meus Céus diz O SENHOR; mas a terra, Eu dei aos filhos dos homens”. (Salmo 115.16). Para ele fiz tudo o que há em cima nos Céus, embaixo na terra, e nas águas debaixo da Terra. Quem há de trazer-me meu amigo e companheiro com o qual me encontrava ao romper da Alva.
E a Voz poderosa ecoa por todo o Orbe.
Nessa hora no Reino tenebroso de Satanás o pavor se apossa de todos os anjos caídos. E, uma vóz mansa e suave, mas cheia de amor e autoridade se faz ouvir desde os arcanos. Essa voz procede de diante do trono. Eis-me aqui, envia-me a mim... Eis-me aqui, envia-me a mim... Eis-me aqui, envia-me a mim... Eu vou buscar teu amigo para ti,
Ó Soberano Deus, entregarei minha vida pela Salvação do homem. Eu o Remirei pagando o preço com meu próprio sangue, Ofereço-me em holocausto, em oferta de libação, eu o comprarei para ti, não importa o preço, e o homem se assentará comigo no trono ao teu lado. Eu darei a minha vida para faze-lo reviver, te entregarei meu espirito, para que o espirito do homem seja recriado.
Nessa hora,  O coração do Pai se acalma, Deus sai dos seus pensamentos que lhe mostraram o que aconteceria com o homem e,  torna a ouvir o eco da voz suave dizendo Eis-me aqui, envia-me a mim!
Uma segunda dor surge dentro do coração do Pai.
Agora Ele antevê O Seu Filho sendo traído, sendo negado, chicoteado, vilipendiado... Em seu rosto o mau cheiro da saliva de pelo menos uns 100 legionários romanos que passando cuspiram em seu rosto, a coroa de espinhos cravada em sua fronte, os cravos perfurando suas mãos, a Cruz, que não era pra ele, mas era minha, era tua...
O coração de Deus está dilacerado, parte dele estará dalí a poucos instantes no Kairós, rasgado, ferido.
Daí a pouco o Ceus se revoltará, a natureza chorará, o sol recolher-se-á ao ocaso em pleno zênite (meio dia)....
 Nos Céus um silencio eternal, anjos vendo tudo e sem nada fazerem, Era a ordem divina!
O Pai se afasta por um momento, um hiato no seu tempo e no nosso  tempo, no Kronos, uma eternidade e em meio á esse silencio, um brado angustiante: Pai, porque me desamparaste? E alguns segundos depois outro brado: Está Consumado! Pai, em tuas mãos entrego o meu espirito. O toque de vitória ecoa por todo o Universo, O homem já pode entrar na presença do Pai, o pecado foi expiado, propiciado, resgatado. Todo o Universo está em festa, um som mavioso enche os Céus. Guerreiros tenebrosos, demoníacos que vagueiam pelo espaço, sem pátria, ficam em choque, demonios encolhidos, derrotados, esperando a sentença de condenação.
Anjos de Deus, voam de um lado para outro, voam nos Céus de Deus, e continuam cantando Santo, Santo, Santo....
A terra, volta para as mãos dos homens. Os serafins cantam a Vitoria por toda a Terra. É a Redenção que explode por toda a Terra. Jesus é tirado da Cruz, levado ao sepulcro. O homem está de volta á presença do Pai.
È Pascoa!






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Glossário
Doxologia, é uma fórmula litúrgica dirigida a Deus, geralmente ritmada. Ou seja, é uma expressão poética e musical de louvor a Deus. A palavra é um substantivo feminino e provém da junção de dois termos em grego: “doxa” (glória) + “logia” (palavra).

Kairós: O tempo de Deus
Kronos: O nosso tempo


Shekinah: Gloria de Deus.

Misericórdia: junção de duas palavras latinas
Misrere: Pecado transgressão
Corde: é coração

Feliz Pascoa para todos os Poetas do
Recanto das Letras

 
Ahavah
Enviado por Ahavah em 25/03/2016
Reeditado em 01/04/2018
Código do texto: T5584211
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