A PESCA DE LAMBARIS E PEIXES GRANDES
 
O pagamento e o inevitável recebimento de propinas por partes dos partidos políticos e dos políticos em particular, usados para financiar os gastos das campanhas eleitorais brasileiras, já é uma tradição arraigada na vida da política partidária, como um todo. Há aqueles que alegam que declararam os valores recebidos, disfarçando-os como eventuais doações, evidentemente; há também outros que pecaram porque não o fizeram “legalmente”, conforme ensina a "cartilha" pertinente ao assunto.

Fato é, que uma lista apresentada, recentemente, por um representante de uma grande construtora/empreiteira revela, em primeira mão, que ninguém ficou fora dela. Valores doados/recebidos, nomes e apelidos dos beneficiados, além de informações “cifradas” foram mencionados em planilhas, demonstrando, mais uma vez, que nos “rios” e “lagoas de águas pouco claras” da política partidária nacional, “lambaris” e “cascudos” conseguem conviver pacificamente com os demais “peixes grandes” lá existentes.

Dependendo do tipo da malha usada nas redes e/ou da isca usada nos anzóis destinados à pesca desses “peixes”, toda ou grande parte da população ribeirinha poderá ser beneficiada ou não.

A verdade é uma só. Há muitos “peixes” a serem pescados e poucos “pescadores” capacitados para fazê-lo de forma segura, mas também é possível que nesses tempos de pouca preocupação e nenhum cuidado com os “rios” e com as “lagoas” disponíveis, eles corram o risco de serem contaminados com dejetos, antes do período piscoso, e aí de nada adiantará a correria desenfreada pela coleta deles para fins alimentares.

Ainda há muitos “lambaris” e “peixes grandes” para serem pescados, mas o período piscoso talvez não seja propício e/ou condizente com a ocasião em face da "indisponibilidade" de tempo dos pescadores...