A sorte do meu pai

Por volta dos meus seis anos; meu pai em um bingo na igreja ganhou um carro um fusca; não foi uma mudança qualquer na minha casa. Ele era um homem da roça, não tinha a sua própria terra até então. Esse prêmio fez toda a diferença nas nossas vidas. Meu pai recebeu o carro vendeu-o no mesmo dia e no dia seguinte o gerente do banco já estava no encalço dele oferecendo investimentos. Mas como homem da roça ele preferiu comprar um sitio e fez isso. O Moinho de Vento, eu não conhecia Miguel Cervantes só vim a conhecê-lo muito tempo depois. Conheci o moinho primeiro. Um dia ele levou quase toda a família para conhecer o sitio. Ainda hoje as lembranças daquele dia vem nitidamente a memória. Logo na entrada havia uma engenhoca de madeira alta para minha pequenez de criança e na ponta uma roda enorme também de madeira girava conforme o vento. Entrava-se pelo caminho íngreme de vez em quando achava-se um morro de terra para atravessar era as conhecidas lombadas da cidade de hoje. Não tinha muita plantação a primeira vista, mas íamos descendo e avistamos uma casa ao longe saindo fumaça da chaminé. Ainda esperei muito até chegar a casa. E quando chegamos via-se tratar de uma casa de madeira pintada de marrom com janelas igualmente de madeira que se abria para a fora em duas partes e prendia-se em uma especie de ganchos de cobre em formato de bichinhos; leõezinhos. A senhora que recebeu-nos vestia roupas surradas e um avental plastico xadrez nas cores branco e marrom com simpatia peculiar convidou-nos a entrar enquanto saia ao quintal para chamar o marido. Enquanto meu pai saiu com o homem que mais tarde ficamos sabendo tratar se do Senhor Miranda, minha mãe conversava com a Senhora Miranda, não me recordo do nome dela. Ficamos por muito tempo por lá, almoçamos e fomos conhecer o pomar. Era tantas especies de frutas: mangas coquinhos, mexericas cravo, bananeiras, jaqueiras, fileiras de pereiras, ameixeiras e outras mais. Voltamos para casa com muitas estórias para contar e sonhar com os aromas e sabores por toda vida.

Diva Cardoso
Enviado por Diva Cardoso em 24/03/2016
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