Rififi

Deploro esse clima de tensão no país. Fico perplexo quando constato que pessoas com formação cultural, escolaridade, às vezes religiosas e educadas, de repente percam as estribeiras e mergulhem sem nenhuma reflexão numa excitação, frenesie frisson descumunal, sem noção, exagerando no radicallismo que vai se transformando em ódio avassalador. Alguns estão chegando ao cúmulo de estar perdendo a ternura, o sentimento de tolerância, a capacidade de conviver com quem pensa diferente politicamente ou ideologicamente.

Assim, o clima nas ruas e em tpoda parte virou uma espécie de rififi, rebu, arruaça, tumulto, insensatez que, nao raro, sai do âmbito verbal para o desforço físico, a violência.

A mim impressiona a perda de algo que acho fundamental ao ser humano: o senso de humor. Muitas pessoas nao conseguem mais rir. Não têm tempo, a prioridade é a militância em tempo integral, seja de que jeito for. Não sei não, mas estou achando que alguns desses militantes não têm mais tempo nem de amar. Digo isso porque um psiquiatra que frequenta o mesmo bar que eu frequento me disse que o ódio faz as pessoas broxarem. O homem perde a tesão e a mulher fica fria. Não sei se é brincadeira dele. Mas tenho notado que os ativistas mais radicais que voivem em transe de ódio ficam feios demais, babando de raiva, alguns esquecem at[e de tomar banho, e esquecem de amar.

Fico triste com esse claimade rififi, onde o ódio é mais forte que a ternura, a fraternidade desapareceu, a convivência pacífica inexiste e o amor é fruta braba. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 24/03/2016
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