Avanço e Retrocesso
Andando pelas ruas percebo cada vez mais a pressa do dia a dia, toma de forma tão desigual e singular o lugar da educação e dos bons costumes, com uma rapidez feroz e avassaladora. Vemos, a passos largos o avanço desse retrocesso e a desaceleração do ser humano, em seu mais precioso bem. Seu intelecto, parece não progredir como nos últimos séculos, parece que essa pressa irracional por conectividade nos fez andar mais devagar.
Será que a profecia, que muitos estudiosos e pensadores proclamaram no passado que nos tornaríamos uma civilização de alienados, finalmente se materializou? Ou apenas perdemos o gosto e a paixão que nos dominava a alma pela leitura, escrita e pelas relações sociais? Porque trocar tudo isso para curtir postagens de pessoas que nem conhecemos e que estão tão distantes? Deixando de lado quem está mais próximo da gente?
Hoje não ouço mais. "Bom Dia"! "Boa tarde"! Ou um simples "Como Vai"! Nem mesmo um singelo "Olá"! Percebo pouco a pouco o desuso dessa educação e civilidade do ser humano, que outrora o ajudou a conhecer outros povos e a desbravar lugares desconhecidos com esse simples meios de comunicação. Que tem de tão hipnótico nesse aparelho, ao prender nossos olhos e atenção nessas futilidades modernas?!
Vejo que, para muitos indivíduos, ele é a materialização mais próxima de um amigo que muitos já tiveram ou um dia terão.
Essa "Cyber Civilização", se assim posso chamar, é a humanidade caminhando para o seu fim, fim da comunicação pessoal e informal entre os seres. Será que estamos fadados a extinção? Lembro-me das longas conversas ao telefone que ainda não era móvel e tinha ar de utilidade, de jantares entre amigos com assuntos empolgantes onde procurávamos estreitar nossas relações.
Serão agora, hábitos, de um passado não tão distante assim? Talvez a solução disso tudo, seja o retrocesso do que o avanço irracional, quem sabe onde vamos parar ou o que vai nos parar.
Acredito que essa mobilidade moderna que seduz, também seja o símbolo do retrocesso humano das relações sociais e a ostentação da falta de cultura em um tempo, onde a leitura e a escrita se tornam cada vez mais raras e obsoletas.
Autor: Alexandre da Silva