Prazo de validade...



Não se admire com as minhas palavras de hoje, mas você já parou para pensar que o nosso tempo de vida, assim como tudo o que existe no mundo, tem um prazo de validade? Ou seja, limites de utilização?
Já imaginou alguém chegar para você e dizer: o seu tempo “para isso ou aquilo” já expirou.
Passei por essa situação ainda ontem, quando me dispus a servir de acompanhante noturna para um paciente, num hospital aqui da cidade, e me foi negado.
Na ocasião justifiquei que embora já ultrapassasse a idade exigida, pelas normas da casa, eu gozava de boa saúde e, inclusive, ainda estava ativa profissionalmente e me sentia apta a cumprir com o esperado, mas não teve acordo, ou melhor, me ofertaram a opção diurna.
Até sou consciente de que, nos dias de hoje, todos os produtos já vêm de fabrica com o seu prazo de validade estampado na embalagem, principalmente, os alimentos e materiais perecíveis de um modo geral. Mas, nunca pensei que essa regra também se aplicaria à minha pessoa, especialmente, num momento como este.
Acho até importante os prazos de validades que atribuímos aos objetos e coisas. Fico feliz, inclusive, que algumas delas não tenham um prazo de validade estendido, tipo: as nossas raivas, mágoas, tristezas, dores, etc. Pelo menos esses sentimentos por nós vividos!
Penso até que já meditei sobre esse assunto, ou com algo parecido... Sei também que o tempo passa para mim, independente da minha vontade, mas me acho muito capaz ainda, para ser rotulada de “passada”.
Voltando um pouco no tempo, e olhe que nem tão distante assim, lembro-me que nossos bens de consumos eram bem mais duráveis do que hoje! Aliás, tudo ou quase tudo, era feito para durar mesmo! Não se trocava de móveis como se faz hoje, pois eles eram fabricados com materiais de qualidade e duravam uma eternidade. Pelo menos, a nossa eternidade. Isso também se aplicava aos eletrodomésticos...
Ah, era comum consertar as coisas quando apresentavam uma pane qualquer, diferentemente de hoje, que vivemos no mundo dos descartáveis!
Sapateiro, em cada esquina tinha um. Engraçado, recordei agora de um acessório colocado em saltos de sapato para não gastar o solado denominado de “chapinha”, cujo formato era de uma lua minguante - ou crescente - como queiram idealizar, e ficava preso com tachinhas nas extremidades do salto. Ao dar a passada, ressoava um som meio estridente de metal.
Com certeza faço parte desse lote de produtos, cuja durabilidade vai muito mais além do previsto, diria até, quase para sempre!
Brincadeiras a parte, sou consciente de que embora a nossa perspectiva de vida aumente dia a dia, essa regra não se estende a todos, haja vista, estar relacionada ao modo de vida de cada um, mas como diz o ditado: ”Para toda regra existe uma exceção”...
Com certeza ainda não estou “vencida”!
Vanda Jacinto
Enviado por Vanda Jacinto em 21/03/2016
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