DIÁRIO [21/03/2016]
21/03/2016 00h25
CLAUSURA
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Já faz um bom tempo que estou cativo no espaço exíguo de mais ou menos 9 metros quadrados. Numa sala improvisada em escritório. Tudo para produzir uma tese! Bem, desse espaço, aproximadamente 40% está ocupado com prateleiras e livros. 30% por uma mesa com computador e uma escrivaninha. E 20 % por um sofá, para me espairecer. 5% está ocupado pelo meu corpo robusto. O restante (não fiz as contas, tem espaço restante?) é lugar vazio onde posso, mas não devo, transitar. Estou preso e, paradoxalmente, também solto. Talvez existam muitos pássaros de gaiolas, leões em jaulas e presidiários mais livres que eu. Estou cansado, mas como todo presidiário me aculterei, pois isso já parece com liberdade. Daqui não sairei como um raivoso Conde de Montecristo. Nem também me institucionalizarei como aquele personagem de "Um sonho de Liberdade", baseado no livro de Stephen King. Nem arrogante e presunçoso como o Marcola. Sairei talvez mais preparado para ser livre, e sempre preparado para saber que toda liberdade é condicional.
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Rodrigo Constantino, a barata tonta defensora de Von Mises, de condomínios fechados e de Miami, lançou uma lista "negra" com artistas, jornalistas e intelectuais que defendem o governo contra a tentativa de golpe de Estado já em andamento. Por estarem falando contra o golpe, não exatamente a favor do governo. Propõe um boicote! Se forem escritores, talvez queimar seus livros; se músicos, quebrar seus discos; se jornalistas, pressão para serem demitidos, como já está acontecendo na Globo. É o nosso Joseph McCarthy mau_ricinho. E o incrível é que na lista constam o Jô Soares e até o Delfim Neto. O golpe já perdeu a estribeira, jogando no brejo qualquer tentativa de crítica razoável. Não tem conversa, estão agora é usando a lei de forma ilegal para promover um golpe de Estado, civil ou militar. É golpe sim! E todo golpe é imoral, e no Brasil ele é ilegal, obviamente.
(Veja a lista:
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Goiânia, 21 de março de 2016