UMA NAÇÃO TOTALMENTE DE LUTO
Crônica de:
Flávio Cavalcante
Flávio Cavalcante
É assim como estamos nos sentindo. De luto. Ressuscitaram o morto e depois o mataram novamente. O maior bandido da Luz Vermelha agia nas caladas noturnas e está na ativa novamente.
Ladrão que rouba ladrão pela lei deveria tá jogando dama no xadrez. Aqui no Brasil varonil vira chefe de estado e é expurgado do poder em menos de vinte e quatro horas. Tudo como uma brincadeira de criança. De repente o que estava por cima agora ficou por baixo. O feitiço caiu com toda força em cima do feiticeiro.
A pergunta que não quer calar é se o povo tem força mesmo para resolver o problema de uma nação ou não passaram de cordeirinhos indefesos manipulados por um covil de serpentes venenosas e agitadas, doidas pra abocanhar a primeira perna que encontrar pela frente?
Jesus ou Barrabás? E o povo pede clemência para soltar o ladrão. Os anjos ouviram as preces. O ladrão foi solto mas o bem sempre supera o mal e tudo não passou de um belo susto. Tudo voltou ao normal como era antes. O ladrão finalmente voltou pra prisão.
Até o céu perdeu o sigilo telefônico. Ouviram uma conversa entre Deus e o diabo. Uma conversa tão maldita que até o Oscar Niemayer tremeu dentro da tumba e como disse que hoje teria feito projeto da capital dos ladrões diferente. Não ia ter formato de avião e sim de camburão.
Não sabemos mais em quem confiar. Será que o palhaço não faria bem o papel de gentil? Ele foi o único que ainda não desceu do palco.
Tira poder bota poder e a falcatrua contínua no poder. Mas graça ao poder de um Deus que surgiu das cinzas para dar um basta no erro e parece que tirou o luto da nação. Ontem mesmo ele declarou que vai condenar quem for o culpado. Afinal de contas quem bate o martelo é ele mesmo.
Precisamos ter a nossa dignidade de volta. Chega de chacotas com a nossa cara. E não adianta pedir desculpas. Paredes tem ouvidos e o que é seu tá guardado, bicho bruto. A sua sorte é que tem uma padaria ali do lado e a enorme pizza já está no forno. Todos à postos que já vai começar o samba. Que rufem os tambores. E assim a festa inicia com o grande grito de Carnaval. É assim que é o final do capítulo da novela. Muita pizza, samba e alegria.
De toda a forma não tenho mais idade para crer na fada dos dentes, papai Noel, chupa-cabra e outras lendas que amedrontam a cabeça de muita gente, mas, o pior, é que a maioria acredita com afinco, inclusive os filhos deste solo fértil e varonil, O povo brasileiro.
Flávio Cavalcante