Quando a cidade dorme
“Dorme a cidade
Resta um coração
Misterioso
Faz uma ilusão...” -
Os Saltimbancos – Chico Buarque
Volto a falar nos ciclos que se sucedem na nossa vida. Hoje em especial, o do dia e da noite, compreendendo o período de vinte e quatro horas. Talvez seja esse o ciclo mais comum em nossa vida.
Estamos tão habituados a eles, e seguimos uma rotina tão severa, que se não ficarmos atentos, passamos a ser escravos dos ponteiros do relógio. Engraçado como procuramos encaixar todas as nossas ações nesse curto espaço de tempo. Ou será o acúmulo de tarefas maior que o espaço disponível, encurtando assim esse tempo?
Mas não somos os únicos a compor esse processo, basta observar um pouco mais ao nosso redor e, curiosamente, constatamos que toda a natureza se adéqua a esses horários, só não, os animais de hábitos noturnos e de algumas pessoas que, diante da jornada de trabalho com horários diferenciados, também são obrigadas a ficar acordadas durante a noite.
Para muitos, o dia começa antes dos primeiros raios de sol iluminar a vida na terra. Sem exageros, caso não seja assim, tudo começa a funcionar errado na mente dessas pessoas e, automaticamente, o dia se torna um pesadelo e acaba por se estender à noitinha.
Mas, assim como tudo realmente acorda e começa a respirar com os primeiros raios solares, como que abrindo as janelas para o mundo, assim também o inverso acontece no final de cada dia.
Interessante como tudo vai ficando mais calmo com o pôr do sol. A cidade toda inicia o ritual de preparação para o descanso noturno. O movimento dos carros e das pessoas vão diminuindo, e aos poucos, o silêncio vai se instalando nas matas, nas ruas, na cidade, enfim, todos clamam por uma pausa restauradora.
Em casa não é diferente. O nosso corpo, talvez pela exaustão das inúmeras atividades diárias - aquelas que inserimos, na marra, entre um espaço e outro - reclama por um bom banho, roupas folgadas, chinelos confortáveis e um recanto gostoso para se esticar.
Voltar para casa no fim do dia, é um costume que a maioria das pessoas vivencia.
Condicionamos, de tal forma, o nosso organismo a essas rotinas, que automaticamente ele nos cobra a calma.
Duas coisas são fundamentais nesse processo: primeiro, gostar da própria casa ao ponto de tê-la como um refúgio, de um lugar sagrado onde tudo converge para o seu bem-estar; e segundo, ter em mente que o horário noturno é conveniente para o repouso.
Assim sendo, tudo fica mais fácil de conciliar.
É no aconchego do nosso lar que restauramos as nossas forças e delimitamos o nosso ritmo de vida. É no nosso cantinho familiar que desfrutamos os nossos prazeres mais sutis; é no nosso recanto que somos nós mesmos!
“Dorme a cidade
Resta um coração
Misterioso
Faz uma ilusão...” -
Os Saltimbancos – Chico Buarque
Volto a falar nos ciclos que se sucedem na nossa vida. Hoje em especial, o do dia e da noite, compreendendo o período de vinte e quatro horas. Talvez seja esse o ciclo mais comum em nossa vida.
Estamos tão habituados a eles, e seguimos uma rotina tão severa, que se não ficarmos atentos, passamos a ser escravos dos ponteiros do relógio. Engraçado como procuramos encaixar todas as nossas ações nesse curto espaço de tempo. Ou será o acúmulo de tarefas maior que o espaço disponível, encurtando assim esse tempo?
Mas não somos os únicos a compor esse processo, basta observar um pouco mais ao nosso redor e, curiosamente, constatamos que toda a natureza se adéqua a esses horários, só não, os animais de hábitos noturnos e de algumas pessoas que, diante da jornada de trabalho com horários diferenciados, também são obrigadas a ficar acordadas durante a noite.
Para muitos, o dia começa antes dos primeiros raios de sol iluminar a vida na terra. Sem exageros, caso não seja assim, tudo começa a funcionar errado na mente dessas pessoas e, automaticamente, o dia se torna um pesadelo e acaba por se estender à noitinha.
Mas, assim como tudo realmente acorda e começa a respirar com os primeiros raios solares, como que abrindo as janelas para o mundo, assim também o inverso acontece no final de cada dia.
Interessante como tudo vai ficando mais calmo com o pôr do sol. A cidade toda inicia o ritual de preparação para o descanso noturno. O movimento dos carros e das pessoas vão diminuindo, e aos poucos, o silêncio vai se instalando nas matas, nas ruas, na cidade, enfim, todos clamam por uma pausa restauradora.
Em casa não é diferente. O nosso corpo, talvez pela exaustão das inúmeras atividades diárias - aquelas que inserimos, na marra, entre um espaço e outro - reclama por um bom banho, roupas folgadas, chinelos confortáveis e um recanto gostoso para se esticar.
Voltar para casa no fim do dia, é um costume que a maioria das pessoas vivencia.
Condicionamos, de tal forma, o nosso organismo a essas rotinas, que automaticamente ele nos cobra a calma.
Duas coisas são fundamentais nesse processo: primeiro, gostar da própria casa ao ponto de tê-la como um refúgio, de um lugar sagrado onde tudo converge para o seu bem-estar; e segundo, ter em mente que o horário noturno é conveniente para o repouso.
Assim sendo, tudo fica mais fácil de conciliar.
É no aconchego do nosso lar que restauramos as nossas forças e delimitamos o nosso ritmo de vida. É no nosso cantinho familiar que desfrutamos os nossos prazeres mais sutis; é no nosso recanto que somos nós mesmos!