RECORDAR É VIVER
Será mesmo?
Ou é apenas uma maneira de a gente disfarçar que o tempo passou rápido demais?
Muitas vezes, o passado teima em retornar como flashes de filme. Algumas são doces recordações. E é bom atermos somente a elas, quando podermos...
Outro dia voltei à cidade onde morava no apartamento anexo à agência do Banco do Brasil. E essa visita trouxe muitos episódios à tona acontecidos nessa cidade.
Naqueles tempos, dizia-se que as personalidades significativas da cidade eram o juiz, o prefeito, o delegado e o gerente do BB.
Era advogado (OAB 19. 004) e formado em Letras. Isso numa época e lugar onde era raro alguém portador de curso superior. Era tratado com respeito. O clube de serviço sempre me convidava para o jantar. Mas, em contrapartida, era obrigado a falar sobre qualquer assunto. Certa noite, a conversa envolveu religião. Esqueci daquele ditado: Religião, Política e Futebol não se discute. Certo momento, querendo mostrar sabedoria, repeti uma frase que deveria ter lido em algum lugar. –Cristo, Maomé, Buda; Deste pilar da religiosidade, o único que tem registro de nascimento é Maomé.
Para que fiz tal afirmação? Um pastor presente levantou-se e dedo em riste, chamou-me de ignorante para baixo, citando versículos da Bíblia.. Reconheci que não era minha praia.
Desculpei-me e dei por fim a conversa.