INTRODUCING ME

Lea Marie Silva Santos. Sim, meu nome no início parece requintado, atriz de Hollywood. Daí temos o Silva Santos. Sério mãe? Sério pai? Por que não colocar um nome mais simples então? Aposto que já imaginou a piadinha: Lea Marie o que? Silvio Santos? - tudo bom, a gente não escolhe o nome que tem. Na verdade, eu descobri que podia trocar meu nome por até um ano depois que fizesse 18 anos no meu aniversário de 19. Trágico.

Sim, eu tenho 19 anos, apesar de que como escrevo pareço ser uma adolescente de 13. Me desculpe, o senhor tempo fez questão de parar aqui tanto no jeito que falo quanto nas formas corporais. Se você está se perguntando se tenho que mostrar identidade para fazer coisas que menores de 18 não podem, você acertou em cheio! Pior ainda é quando não acreditam. "Meu bem, quer ligar para os meus pais e perguntar? Quer que eu ande com a certidão de nascimento debaixo do braço, aquela coisa gigante e enorme só para esfregar nessa tua cara?"

Deixando de lado essa coisa de idade, prefiro falar de outras coisas. Eu sou uma pessoa muito diversa. Gosto de diversidade no gosto musical, nos filmes, nas séries, nos amigos, na vida. Gosto de tanta diversidade que quase me sinto não gostando de nada 100%, de tanta coisa que existe na minha lista "coisas que curto".

A coisa que eu mais curto é conversar sobre amor e outras filosofias da vida. Reflexões profundas. Não que eu seja uma nova Aristóteles ou Foucault. Bem longe disso. Fazer questionamentos sobre a felicidade ou ter dúvidas sobre a vida é uma coisa que eu adoro. Não é só no banho ou antes de dormir, é na rua, no ônibus ou até quando estão falando comigo. Parece que ligo um piloto automático no qual respondo sim ou não aos outros, mas dentro de mim as interrogações pulam como fogos de artifício na noite de Ano Novo. Se você tem isso dentro de você, sabe como é maravilhoso e insano. Se não, tente uma vez; vai se perder para sempre (de uma maneira inclinada para o lado positivo).

Esses questionamentos surgiram em mim em uma época específica. Na verdade, eu só tive esse tipo de pensamento por ficar muito tempo sozinha. Por que fiquei sozinha? Ora, o ideal é todos os seres humanos estarem sempre na busca de alguém, de se socializar, de encontrar o seu par perfeito, casar, ter filhos, morrer juntinhos e velhinhos ou se divorciarem dez anos depois do primeiro filho, porque ninguém aguenta mais viver naquele inferno. É a vida. Sou um pouco nova para entender esse tipo de coisa, mas por que ser obrigado a sempre ter alguém no radar do "felizes para sempre"? Ficar sozinho às vezes é melhor, não?

Tudo bem, ficar sozinho é bom em certos momentos, sim. Porém ter alguém do seu lado para rir, chorar, ir no cinema ou até só para perguntar como foi seu dia também é legal. Depois de tanto tempo sozinha, vejo que essa necessidade de procurar alguém é normal. É normal precisar de alguém para levantar seu ânimo. É legal sentar com alguém para observar o pôr do sol. É super gostoso ter alguém que retribua um carinho. Todo mundo tem essa mania por atenção, esse impulso dentro de si de ser cuidado e cuidar de alguém.

Daí voltamos a interrogação: por que eu fiquei sozinha? Eu me considero ou um robô ou um gato, para início de conversa. Um robô por aparentar não ter sentimentos, uma carcaça dura de metal reluzente (porque não pode deixar a autoestima morrer). Até aí sei que você entendeu. "Mas um gato?" Sim, um gato. Você já percebeu como os gatos não estão nem aí para seus donos, como eles só se importam com alguma coisa quando realmente precisam. Tipo se o gato está com fome, ele vai lá procurar se na tigelinha dele tem comida. Se não tem, vai encher o saco do dono até encherem a porcaria da tigelinha. Satisfeito, ele volta para o próprio mundinho de lamber sua própria bunda. Não, eu não lambo minha própria bunda, que nojo. Eu me sinto como um gato nessa frieza de sentimentos. Como eu só me importo com as coisas que realmente necessito. Não é à toa que não tenho muitos amigos "friends forever". Não é que eu não dê importância a isso, é só que a tigelinha já me satisfez e não vejo onde posso ser útil mais.

Por isso estou sozinha.

Vamos dizer que alguns momentos da minha vida são fundamentais para eu ser o monstrinho sem coração que sou hoje (ou talvez eu não seja nada disso).

Cada história de "amor" que vivi me marcou. Amor ENTRE ASPAS porque eu não acho de forma alguma que hoje aquilo era amor. Exceto um. Esse chega perto da faísca que eu desejo como amor de verdade. E eu sei que você também. Sei que você também não acredita que todos seus relacionamentos passados, que você acreditava que era amor, eram realmente a visita definitiva do cupido. Então, percebi que na vida a gente vai dar uns amassos em umas pessoas aí, vai se apaixonar, vai ser burra, vai ser trouxa... Só não vai deixar de ser uma pessoa que, acima de tudo, busca encontrar em si mesma o verdadeiro amor - o amor próprio, que ninguém pode lhe oferecer.