Sábado diferente

É sábado, um sabado diferenciado, amanheceu fazendo frio. Um dia que nos obrigando a permanecer mais tempo em casa nos inspira e incentiva a remexer no báu das nossas lembranças, onde encontrmos aqueles nossos "guardados" tão pessoais, aqueles papéis velhos amarelecidos pelo tempo, empoierados, cheirando a guardados, que faz com que os alégicos espirrem de imediato. São papéis e objetos que tal e qual o confete de David Nasser é como um pedacinho colorido de saudade. Lembranças que começam a desfilar diante de nossos olhos como se fosse um filme antigo, a começar pela fotografia decriança, o diploma docurso ginasial,mais adiante o retrato do time de peladas (onde andará fulano? onde andará sicrano? onde andará beltrano que era ponta-de-lança? ),a antiga carteira de estudante, a velha caneta Compactor,convityes antigos, cartas de amor, cartas a que não respondemos, discos antigos, inclusive um LP de Dalva de Oliveira, livros, amolegamos o "Para uma Menina ciom umaFlor", crônicas de Vinícius, enfim, tantas lembranças queridas que não podem ser avaliadas com base em dinheiro, que não podem ser vendidas, alienadas e nem permutadas. Sao coisas pessoais e intransferíveis. Delas fazparte até um antigo e surrado "Diário", anotações emotivas e idealistas de um tempo que fomos mais autênticos.

Então porque é sábado, fazum friozinho e cai uma chuvafininha, após as inevitpaveis lágrimas externas e internas (comochoramos internamente, né mesmo?), motivados pela saudade, depois decurtir tantas lembranças, depois dessesinstantes tão particulares de conversa muda conosco mesmos, o jeito é sair e espairecer, para dosar as lembranças com a realidade em preto e branco(ou seria marrom, devido a assombração dessa mumia chamada Gilmar Mendes?). O clima para a caminhada estáótimo: um friozinho saudável,ameno, a chuvinha passou, e assim a bebida tem que ser quente, de preferência uma cachacinha com limão,um Dreher, um conhaque,, nunca a Miss Verão, so se for mais tarde para rebater, mas ela pode trazer de volta a gripe "Engraçadinha" (aquela que só podeviver na cama). Aí depois de uma caminhadinha paramos num bare roedeados de amigos tomamos um porre, conversando amenidades, futebol.,muitas mentiras, contando anedotas, evitando a todo custo falar sobre política, até porque é preciso dar um pouse no assuntopara não encucar. Entãovamos conversandona base do "!tocar a bola" até o fim do jogo. Dizem que a bola é a garrafa e os copos aschuteiras. Todos conscientes, no entanto, de que não adianta darmos um drible na suadade, os nossos radares permanecem sintonizados num tempo que foi e nçao mais será, numa época que foi de uma forma e não poderia e nem deveria ter sido diferente. Uma fase dasnossas vidas que foimuito boa e, por isso mesmo, volta e meia, sentimos este apertono peito,uma dorzianha gostosa.característica, querida,chamada saudade,coisa nossa, peculiaridade que nos diferencia dos irracionais,sentimento que faz com que esqueçamos por momentosas discórdias, turbulências e intolerâncias. Não,neste sábado, nao vamos falar em política. E nem lembrar do mosntgro da lagoa e múmia Gilmar Mendes. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/03/2016
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