“QUEM SABE” (“TAO LONGE, DE MIM DISTANTE”)
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Na pérgula da piscina, lendo à luz do sol o excelente e agradável livro do escritor pernambucano Carlos A. Lopes, “SEGUINDO NA PROSA” e, durante a noite, passando os olhos pela cama vazia da presença de minha esposa Yara, no momento em viagem para rever as amigas Francisca da Silva, a “France” em Natal e Joseane Farias, em João Pessoa, de vez em, passavndo um olhar pelas luzes multicoloridas de LED refletidas nas águas da piscina do Residencial 1 (Ilhas do Caribe).
Nesse cenário belíssimo, senti saudades daquela que estava viajando sozinha pela primeira vez em 18 anos de casadas. Nunca havíamos passado o Dia Internacional da Mulher “tão longe, de mim distante”, usando a frase da música composta por Carlos Gomes, com o advogado, poeta e espírita Bitencourt Sampaio. A saudade que sentia era tamanha, que abracei o travesseiro em que ela repousava a cabeça, só para sentir o resto do odor de perfume de seu perfume, misturado com o cheiro de lavanda.
O poeta, advogado e espírita Bitencourt Sampaio, desencarnou em 1895, O maestro paraense Antonio (Carlos Gomes) faleceu no dia 16 de setembro de 1896. Depois de desencarnado, o advogado e espírita Bitencourt Sampaio se tornou médium e continua curando e divulgando os pilares da doutrina criada por Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecido mundialmente pelo nome Allan Kardeck, um influente educador, autor e tradutor francês que notabilizou-se como o codificador do Espiritismo, também denominado de Doutrina Espírita. Diversas vezes escutei a música “Quem sabe” pelo You Tub. A música que ouvia ficou popularizada com o nome mais conhecida “Tão longe, de mim distante”, pela voz de inúmeros intérpretes brasileiros, masculinos e femininos, que cantavam com a garganta e não com os atributos e rebolados dos seus corpos, nem sempre muito bonitos ou elegantes.
Enquanto a ouvia pelo rediforme, imaginava cenas descritas no livro que lia do escritor Carlos Lopes, muitas das quai já tive a oportunidade de conhecê-las. Também, pensava na realidade que me minha esposa “tão longe, de mim distante”, veria agora, sozinha. Fui à cozinha pegar água para tomar Gardenal de 100 mg, pela manhã, depois do café. Pela janela, vi periquitos teimosos voando alegres por continuarem vivos e cantando um lamento triste pela morte de seus irmãos, sem saber porque eles teriam falecido: se envenenados ou porque se resguardarem das cantorias nas mangueiras plantadas em frente ao Mundi., Até hoje os laudos realizados pelas Universidades de Pernambuco e de Minas Gerais, não foram divulgados quando se poderia saber o real motivo da “causa mortis” dos mais de 200 que amanheceram mortos no chão negro do asfalto negro, mas que ficou um mar verde de periquitos asa branca e vermelho pelo sangue que escorriam de seus corpos inertes. Muitos ficaram esmagados pelos carros em alta velocidade.
Depois da grande repercussão que a morte, com suspeitas de atropelamento por carretas em alta velocidade ou envenenamento proposital, colocaram placas pedindo que os motoristas tivessem mais cuidado ao passar pelo local. Depois dessa providência do IPAAM, alguns periquitos aparecem mortos pela própria disputa de espaço, mas não tantos como amanheceram na primeira ocorrência, que gerou tema da música da irreverente Banda da BICA – Banda Irreverente da Confraria do Armando.
Peguei água, tomei Gardenal depois do café e voltei a dormir. Mas antes que o sono me alcançasse, fiquei ouvindo o cantar dos periquitos teimosos e os latidos da orquestra desafinada de cachorros que residem, defecam, urinam no Mundi. Muitas pessoas, já usam saquinhos nas mãos quando passeiam com seus animais. O sono me alcançou pelo efeito do remédio. Mas continuei sentindo saudades de minha esposa Yara Queiroz e, antes de dormir, fiquei associando ela às imagens veria pela rodovia BR-101, que lsem buracos e bem sinalizada, apesar de ainda não existir pedágio no trecho de mais de 200 quilômetros que ligam as duas cidades, que liga as cidades de Natal a João Pessoa.
Por fora, me sabia e me sentia vivo porque respirava. Estava morto de saudades por dentro.
Ah, como dói a saudade que não dói!