Cronicas de Baltasar 4

Baltasar me contou essa história real que aconteceu com o seu grupo empresarial e uma grande empresa brasileira. Não cito nomes aqui para não provocar algum problema com os envolvidos.

O governador de um estado do sul contactou Baltasar para solicitar um serviço de engenharia para um grande grupo industrial nacional. O trabalho era gerar um relatório de engenharia das pontes disponíveis e suas capacidades de suportar a carga dos equipamentos de grande porte que seriam transportados para o local onde o parque fabril seria montado. Baltasar aceitou o trabalho e realizou o estudo detalhado que posteriormente foi apresentado ao presidente e diretores do grupo industrial. Gostaram muito do trabalho e ficaram satisfeitos. Queriam pagar pelo trabalho, mas Baltasar não aceitou e disse que não era nada, mas fez uma proposta, aquelas amarradas com fio de bigode. Ele queria distribuir o produto no seu estado. Prontamente o grupo aceitou a proposta.

Os anos foram passando e o grupo empresarial de Baltasar foi crescendo em todas as suas atividades e naquele ítem que começou a distribuir, transformou-se no maior distribuidor do Brasil. Trabalho sério e honesto, pagamentos antecipados, respeito ao contrato fio de bigode, tudo que uma empresa pode querer. É aqui que Baltasar me relatou a pior decepção de sua vida no mundo dos negócios. Após vinte e oito anos de trabalho e compras diárias em grandes volumes, o grande grupo resolveu montar uma distribuição própria dentro da cozinha de Baltasar.

Baltasar ficou uns dias para assimilar as mudanças, mas como bom empresário que era, firmou um contrato, agora no papel, com um grupo concorrente do produto que distribuía. Em três meses, já vendia a mesma quantidade, pois seu grupo baseia todos os seus relacionamentos na "Credibilidade". Baltasar sempre dizia, não vendemos produtos, vendemos credibilidade.