Seriado anacrônico

Ontem publiquei o último capítulo do meu folhetim "Dorita", um conto que dividi em sete capítulos, escrito há mai de 30 anos e que estava guardado numa caixa de papelão. Publiquei na área Contos e alguns leitores generosos até fizeram comentários gentis que me deixaram bestinha. E supreso, por dois motivos. Primeiro porque folhetim na internet é algo completamente absurdo e obsoleto. Segundo porque o conto embora tenha sido escrito com muito carinho e esforço, é fraco, faltou o nesencial: talento.

Bom, devido à generosidade dos que lerm o "Dorita", desencavei outro, "Três Noites de Paixão", este talvez seja ainda mais fraco mas me deu muito mais trabalho. É da mesma época, é balzaqueano, tem trinta anos, vou divulgá-lo da mesma forma, como folhetim, cinco capítulos, um por dia, a começar de hoje à tarde. A diferença é que não vou publicá-lo na área dos contos. Por queê? Porque me assessor para assuntos de infromática, meu neto, que tem mais juízo que eu, me disse que colocando como crônica pode ser que mais pessoas leiam. E com ar superior disparou: - Caraca, Veio! deixa de ser burro, crônica ou conto é tudo a mesma merda (sic). Aceitei, acho que a diferença entre os generos é muito tênue. E já publico nas crônicas, pode ser que apareçam mais leitores generosos.

Fico me lembrando dosseriados de antigamente. Só que no meu seriado não tem o perigo da série, é um seriado em compotas, gambiarra, acanhado paca. Mas fico satisfeito e bestinha porque fui talvez o primeiro a colocar algo tão anacrônico nainternet. Ou estouenganado, existe outro véio doido?

Bom, feito este comunicado, ou seja, este reclame (era a aplavra que se usava no tempo antigo para designar propaganda ou comercial), esclareço que quando escrevi esse conto era um garoto de apenas 40 anos, mas já era doido. Vou divulgar o conto sem mudar uma vírgula. Da mesma maneira que foi escrito há 30 anos. Inté.