Liberdade e Independência
Liberdade e Independência
14mar16
Ontem andei pela Liberdade e pela Independência, senti os ventos do civismo e a força da união. Não foi a grandiosidade das manifestações de um povo exaurido por desmandos e políticos que só tem a capacidade de enxergar o próprio umbigo. Manifestação onde estes políticos não tiveram espaço, onde senti no ar não apenas o “fora Dilma, Lula e PT”, mas um sentimento de necessidade de um Brasil novo, apolítico, se é que isto é possível. Um país de governo cujo mandato seria por resultado, um governo cujos candidatos, como os gestores das grandes empresas (aí excluo os corruptos e corruptores), se encontrem na diversidade de pensamentos e especialidades e que planejem estrategicamente suas metas, objetivos e divulguem os indicadores que irão aferir tais cumprimentos e com eles obterem sua eleição e permanência no poder. Um governo sem reeleição, sem prazo de validade, vale enquanto durar a satisfação do povo, representado não por eleições e plebiscitos, mas pelas demonstrações populares de satisfação ou insatisfação pelos resultados aferidos pelo indicadores universalmente aceitos nas eleições. Votaríamos no planejado e manteríamos no poder o realizado.
Representantes que não teriam retribuições em espécie, mas in natura, casa, comida e roupa lavada, onde a competência, os acertos e a sintonia com os anseios populares é que lhes dariam a estabilidade e a sobrevivência.
Desta forma e de maneira natural já eliminaríamos aqueles que procuram o poder e a representação popular pelo ganho fácil e as vantagens pessoais e individualizadas ofertadas pelas suas generosas tetas.
Viveríamos num Brasil onde os órgãos de representação, sindicatos, federações e associações representassem a decência, a justiça e a honestidade banindo e tornado público aqueles seus membros que coabitassem com as fraudes.
Um Brasil onde os novos Tiradentes não precisarão ser heróis e clamar pelo apoio popular nas praças públicas para exercerem as suas atribuições.
Ontem andei pela Praça da Liberdade e já no caminho via um comportamento mais humano e racional: os carros paravam para os pedestres passarem independentemente de semáforos, a preferência era a solidariedade.Passeei pelo Independência onde vi meu time ser roubado em um resultado que lhe seria justo o da vitória pela, prefiro crer, incompetência de um cidadão cujo poder estava no apito, o mesmo apito ouvido na Liberdade de um povo que clama pela honestidade e pela justiça independentemente de raça, cor, credo, gênero, poder econômico e outras diversidades. Passeei pelo Independência e presenciei fato inusitado nos últimos tempos: o silêncio das torcidas, organizadas e desorganizadas e suas charangas, na hora do hino nacional. Silêncio que ecoou estrondosamente em meus ouvidos, como representação da civilidade de adversários e não de inimigos.
Ontem bebi Brasil e senti o doce sabor da esperança.
Geraldo Cerqueira