Banalização

Vivemos uma época de banalizações. Há muito já banalizamos a violência, a pobreza, a fome, entre outras coisas. Banalizamos a vida em sociedade pelo consumismo e valorização do ter. Banalizamos os sentimentos pelo sexo, pela posse do corpo, do sentimento do outro. Banalizamos a justiça pelos valores financeiros do suposto acusado. Banalizamos a ética pelo jeitinho brasileiro. Banalizamos enfim, toda nossa decência pela aparência. E, agora, que a sociedade está sendo conduzida pela mídia, banalizamos também o castigo, a repreensão, as modalidades estabelecidas no Direito e na Constituição, com ações espetaculosas e de efeito, tirando assim o foco da Justiça. Nada contra a interpretação feita por um promotor, ou um colegiado de procuradores, cada qual tem sua maneira de interpretar a letra fria da Lei, porém, a meu ver, o problema está exatamente aí. Leis deveriam ser feitas para serem cumpridas, e não interpretadas ao sabor do momento. Pedir a prisão deste ou daquele, o impedimento de quem quer que seja, implica em ter embasamento irrecorrível e de tal clareza que não permita ilações de qualquer natureza. Não sou operador do Direito, sou apenas um cidadão prejudicado pelas ações de terceiros, influentes, com bastante poder aquisitivo, seja em espécie, seja em influência. Pronto, falei!

neanderthal
Enviado por neanderthal em 11/03/2016
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