Entre idas e voltas
Nossa, tem sido tão difícil escolher o que falar nos últimos dias, devido a multiplicidade de assuntos que sou bombardeado o tempo todo. Não só os que estão na mídia, mas também, os assuntos de cunho pessoal. Para quem escreve e gosta disso, qualquer meia informação vira motivo para um texto.
Mas hoje, ao receber a visita de uma amiga, vim a perceber qual assunto irei falar. E não foi fácil, pois entre Lulas, discursos machistas, mobilizações a favor do impeachment da presidente, eis que justo um assunto tão intrigante veio a me pegar de jeito no final da tarde.
Resumindo as horas de conversa que tivemos, uma simples incógnita proposta por ela, deixou-me pensativo. Acontece que essa moça, gosta de um rapaz, que, segundo ela, também gosta dela. Mas, mesmo com essa cumplicidade de sentimentos, veja só que ironia, eles não estão juntos. Depois de algumas brigas, entre separa e volta, seguem separados.
Entre essas idas e voltas, fins e recomeços, fica a pergunta: Por que isso acontece? Se duas pessoas querem ficar juntas, por que não ficam?
Você que está prestes a escrever textão anti Dilma, você que está louco de vontade de defender o Lula e dizer que o país só melhorou por causa dele. Dane-se, tem coisas mais importantes aqui. Como por exemplo, essa questão fundamental: Por que não entendemos o amor?
Estamos no século vinte um. O que há de errado conosco? Se há amor, então que dê certo. Mas não dá. Que droga, isso me irrita. Ok, vou terminar o parágrafo para tomar um ar e voltar melhor.
Agora sim, onde estava mesmo? Ah, claro, o amor. Já parou para pensar o quão comum isso está se tornando? Quantas vezes você não se perguntou: Se é tão bom pra todos, por que não dá certo? Era só ficar juntos. Mas dai, venho lembrar do Professor Clóvis de Barros Filho, meu filósofo preferido, que diz que a vida não é uma tabela pronta. Então se não existe uma tabela, isso creio eu, não existe um padrão para nada. Logo, não importa o quanto eu tente, jamais entenderei.
Aliás, como escritor, ainda que amador, creio que seria o menos capaz de entender o amor. E quando eu o fizer, então, já não terei motivos para escrever. Adeus questionamentos.
Acho que, até agora, pouco se sabe sobre esse tema. Teríamos nós medo de amar, medo de sermos felizes? Coisa de louco esses questionamentos. O tempo está passando e as novas gerações estão vindo cada vez mais confusas.
Antigamente era mais bonito. Claro que era, mas a liberdade era limitada. Hoje em dia temos muito mais liberdade, mas mal sabemos lidar com ela. Não que seja algo ruim, mas perder-se em confusão, não é algo muito bom. O futuro irá criar milhares ou milhões de novos poetas e escritores tristes, mas pouco amor verdadeiro.
Espero que minha amiga consiga o que quer. Ou talvez ela não saiba direito o que quer. Mesmo assim, espero que o futuro reserve à maioria uma vida chata e pacata, mas cheia de amor. E para aqueles como eu, acostumados com tudo dando errado ao seu redor, como diria Frejat e seu Barão Vermelho, que haja sempre amor para recomeçar.