SENSO DE RESPONSABILIDADE.

“Exige ademais a dignidade da pessoa humana um agir responsável e livre. Importa, pois, para o relacionamento social que o exercício dos próprios direitos, o cumprimento dos próprios deveres e a realização dessa múltipla colaboração derivem sobretudo de decisões pessoais, FRUTO DA PRÓPRIA CONVICÇÃO, da própria iniciativa, DO PRÓPRIO SENSO DE RESPONSABILIDADE, mais que por coação, pressão, ou qualquer forma de imposição externa. Uma convivência baseada unicamente em uma relação de força nada tem de humano: nela veem as pessoas coarctada a propria liberdade, quando, pelo contrário, deveriam ser postas em condição tal que se sentissem estimuladas a demandar o próprio desenvolvimento e aperfeiçoamento”. “Pacem in Terris”; “Sobre a Paz dos Povos”, João XXIII, 1963,Editora Vozes, Petrópolis, RJ. Caixa alta minha.

Oposição divide, é normal dividir, oposição é contrariedade, e em política a oposição é embrião de avanços, ou há opinião única, visível nas ditaduras. Não é boa a frase por não proceder no âmbito do razoável.

A advertência da “Pacem in Terris”, acima de tudo, é valorativa e procedente, pois conclama o corretíssimo centro de entendimento de todos, a responsabilidade.

A divagação a nada leva, nem o hasteamento da bandeira de paz, sob curral de pressão pública o governo, e não aplaca a insatisfação popular, avaliada na rejeição estatística, e que se demonstra na equação da bolsa e do câmbio quando o governo é mais recusado e a possibilidade do impedimento cresce. Não se fabrica credibilidade e o mercado, o grande contestado por governos recusados, é quem comanda o termômetro. Vide Venezuela, Argentina e agora o Brasil.

Tudo, contudo, não deve descer à irresponsabilidade e inflamar a discórdia, o enfrentamento, a divisão por ódio, ao invés de ideias. Isso é péssimo, a última investida e incendiárias posturas não está tão longe, e deu no que se conhece, fechamento dos direitos fundamentais por vinte longos anos. Mesmo que o Brasil não seja mais campo possível para essas estruturas, continuo pensando com Shakespeare, “não ouso crer nem descrer de nada”, muito mais em política em épocas de todos os terrorismos, inclusive no mais eletivo rincão civilizado do mundo, a Europa, que fez perder a paz em lugares maravilhosos como Paris, cultivado e cultuado e com domicílios de muitos que ainda pregam ausência de liberdades.

É impositivo o senso de responsabilidade.

Haverá? Esperamos que sim.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 09/03/2016
Reeditado em 09/03/2016
Código do texto: T5568617
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