Para toda pergunta existe uma resposta

São interessantes os caminhos que nossas vidas tomam no decorrer do tempo: uns nos levam pra frente outros para trás. São como os rios que, na maioria das vezes, nos carregam a favor da correnteza, outras vezes nos enfiam goela abaixo para o fundo do poço.

Muitas mães veem seus filhos crescerem, se tornarem médicos, engenheiros, jogadores de futebol e até bandidos como o Fernandinho Beira-Mar e tantos outros. Não sei se podemos mudar o destino das pessoas, principalmente daquelas que já nascem predestinadas a seguirem uma rota traçada por seus pais.

Um dia desses, conversando com uma senhora já de idade, com os netos criados, com as mãos calejadas, com os olhos marejando de saudade dos seus filhos que já haviam saído de casa, perguntei a ela o que era mais doído nesta vida. Ela olhou-me nos olhos, contou até três e disso: “o pior de tudo é ver os filhos irem embora de casa e você não poder fazer nada”.

Depois dessa confissão, ela olhou para mim... "é meu camarada, meus filhos criaram asas, foram levados para outros mundos. Neste momento não sei exatamente onde estão. O que me resta é a velha saudade!".

Nos olhos do marido que estava ao seu lado, as lágrimas desencadearam no chão, pareciam pingos isolados de uma chuva rala, algo quase imperceptível aos olhos da companheira.

Foi aí que ele olhou nos olhos dela... “Será que não está na hora de você se dar conta de que ainda tem um marido?”

Confesso que não tive vontade de ouvir a resposta dela. Saí dali como cheguei. Minha curiosidade era algo bem mais simples.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 08/07/2007
Reeditado em 05/10/2017
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