MULHER. TRATADA CRUELMENTE.

Conhecia como literatura informativa a grave crueldade que é incorporada e praticada na Índia, que seria um país altamente espiritualizado, e na China, contra as mulheres.

No primeiro asfixiam-se as meninas nascidas, colocando um pano molhado sobre seus rostos, ou por asfixia mecânica, estrangulamento.

Vi mães sorrindo dizendo como matam as nascidas, de imediato. Isto em documentário em canal de assinante. Uma delas sorrindo fartamente e contando como matou quatro, por estrangulamento.

O motivo é que no casamento se faz necessário dar dotes se meninas, noivas, os noivos e suas famílias recebem dotes. Assim e por esse motivo cometem-se infanticídios no nascimento e depois, no curso da infância, e feticídio, abortamento em larga escala. Nem se fale no estupro que não é combatido pela oficialidade, tolerado como fato comum.

Na China, agora um pouco amenizado, existiam as casas de exposição, mantidas nos bairros pelo Estado, para descartar os excedentes populacionais, principalmente femininos.

Na África, alguns núcleos, por tradição, as meninas são amputadas sexualmente quando entram na puberdade, seccionado o órgão que traz prazer.

A discriminação que sofrem as mulheres é praticamente bíblica, está inserida no “Gênesis”, onde com sua maldade, Eva teria tentado o homem e inaugurado a chaga do pecado, marcando a humanidade para todo o tempo que irá se escoar até o fim dos dias.

Do poder dos romanos do “Pater Famílias”, “jus vitae e necis”, direito de vida e de morte, e das “bruxas” da idade média até nossos dias o sexo feminino sempre esteve em desvantagem.

A maternidade, propulsora da vida, do amor incondicional, nunca obteve o devido respeito.

Esse massacre que ainda hoje se faz à mulher, independente de suas conquistas, é duro até na visão de filósofos, como em Pitágoras que com toda sua argúcia, que via na água a essência de tudo, pois o cadáver resseca e as plantas vivas se mantém úmidas, tinha visão da mulher como um ser que se originou das trevas. Aristóteles tinha a mulher como um homem não completo, para ele todas as características da criança estavam presentes no pai, sendo da mulher a função de gestar e trazer ao mundo o ser que vinha do homem, ideia ridícula aceita e propagada na Idade Média; somente Platão via na mulher a mesma capacitação de inteligência como a do homem.

No século XX nomes importantes surgiram na filosofia e nas ciências, somente para citar alguns, Hannah Arendt, Simone Weil, Edith Stein, Mari Zambrano e Rosa Luxemburgo, são mulheres que negaram o privilégio dos homens e contestaram a ordem patriarcal de sua época, tornaram-se filósofas admiráveis contribuindo para a constituição do pensamento da humanidade.

No Brasil as mulheres passaram a participar do sufrágio universal pelas mãos de Getúlio na Constituinte de 1934, com direito a escolherem seus representantes, ocupando altos postos de mando nas hierarquias públicas e privadas atualmente, hoje no judiciário as mulheres são praticamente, em alguns estados, maioria nas primeiras instâncias, com ingresso por mérito, concurso público, quando datam trinta anos praticamente inexistiam magistradas.

Com toda a perseguição ainda presente contra as mulheres, pretendendo degradá-las ou serem situadas como meras partícipes do ato sexual, é preciso que se saiba que mesmo Maomé, o profeta, hoje discutido febrilmente por fanáticos terroristas e teóricos, montou a cavalo juntamente com sua esposa Hatice nos campos de batalha, e nunca patrocinou a brutal discriminação existente.

As leis civis têm avançado em todo o mundo alargando a tutela para a mulher, mas ainda precisamos uma caminhada maior para sufragar direitos iguais. Que a maternidade da Virgem e seu iluminado parto traga luzes para a humanidade. Minha homenagem humilde à grandeza da mulher que acima de tudo é o ser que carrega consigo o maior de todos os sentimentos, o amor vestido de incondicionalidade. Meu respeito às mães e as que não puderam por algum motivo ser, a todas as mulheres, no DIA DA MULHER, representantes dessa insubstituível e inconfundível força da natureza, amar.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/03/2016
Reeditado em 08/03/2016
Código do texto: T5567757
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