Abjeção das abjeções

Não há nada mais fácil do que dar palpites na vida dos outros, pricipalmente na ausência deles. É fácil e para alguns prazeroso porque além do palpite malicioso há a censura indigna. Tudo bem, é comum, virou cultura, to mundo faz isso. É um tema recorrente nos papos, encontros, reuniões. Chega-se a detalhar, aumentar, apimentar as dificuldades, problemas e até desespero dos outros. É o prato de resistência da fofoca indigna. Sempre se ouve: "Se fosse eu..."; "quem procura, acha..."; "ajoelhou tem que rezar"; "pau que nasce torto morre torto..." E outras pérolas daquelas maldadezinhas costumeiras quando se dissecaa vidados outros se deliciando com suas dificuldades.

Mas ninguém chega junto, não presta solidariedade, não oferece o ombro amigo, não se faz presente na dor e nas dificuldades, não partilha dos probklemas do amigoque está sofrendo.

Faz parte do show de hipocrisia das pessoas. As desventuras, problemas aperreios, dificuldades são assuntos palpitantes, uma salada digerida com prazer, chega-se a raspar a panela da indignidade, lamber os beiços,os dedos, alguns até têm orgasmos se deliciando com as tragpedias dos outros.

Que fique claro que nesse festival de indignidade são culpadosatpe osque não comentam mas se calam, se omitem,nao censuram essas línguas maldosase ferinas, sem nenhum resquício de misericórdia.

Mas há uma certeza: ninguem está isento das desventuras, a fila anda, o dia de que se rejubila com as adversidades dos outros chegará e aí ele verá o que é bom para tosse. A batata desses maldosos está assando. Retalhar e censurar os problemas dos outros com maldade é a abjeção das abjeções.Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 07/03/2016
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