CRIANÇA TEM CADA UMA...
Cresci, ouvindo algumas histórias de minha avó, tias, tios, e
destas histórias, uma, nunca me saiu da minha cabeça.
Minha tia Valdívia, era muito brincalhona... Ela contava sem-
pre pras suas colegas que visitavam a casa e eu nunca me cansa-
va de ouvir.
Era sobre o meu irmão mais velho, chamado carinhosamente
por ela de Valtinho, ela contava que ela tinha a mania de brincar
com minha mãe, toda vez que ela a chamava por algum motivo,
ela ficava calada e quieta e a deixava chama-la várias vezes...
Irritada, minha mãe ia até ela, e aos gritos xingando dizia:
Poxa mulher! Você é surda ? ? ? Eu estou te chamando à horas!
porque você sempre faz isso comigo? ? ? Ao que minha tia, rin-
do às gargalhadas respondia... Liga não maninha! É que*** EU
SOU CEGA NÃO ESCUTO!*** rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrrsrsrsrsrsrs
Meu irmão estava aprendendo a falar e naquela faze de copi-
ar tudo o que via, principalmente à minha tia com quem era liga-
díssimo... Nós morávamos no campo em Minas Gerais, numa ca-
sa cuja porta dos fundos ficava à beira de um grande açude e a
da sala de frente pra uma estrada.
Um belo dia meu irmãozinho desapareceu! Os vizinhos todos
ficaram em polvorosa ! Minha mãe e tia, gritaram e berraram por
ele durante horas procurando dentro, fora, e no mato ao redor da
da casa, e nada !
Desesperados os vizinhos e a família percorreram a beira do
do açude à cata do pestinha e não encontraram nenhum vestígio
mesmo. Chegou-se então à conclusão de que deveriam ir à cida-
de mais próxima chamar o delegado e o pessoal para procurar
no fundo do açude... Minha mãe, apavorada, entrou em casa pra
trocar de roupa e fechar a porta da cozinha com as trancas e foi
para a porta da sala para sair; nesta porta, tinha uma escadinha
de madeira daquelas de degraus vazados. Quando foi
fechar a porta ela olhou para baixo deu de cara com meu
irmãozinho sentado lá debaixo, todo encolhidinho!
Ela pulou em cima dele, e segurando-o pelos braços começou
a sacudi-lo gritando e xingando! Seu filho disso! Seu cretino! Seu
isso! Seu aquilo! Os vizinhos juntaram-se todos em volta, ao ou-
vir os gritos, e minha tia esbaforida, arrancando o pestinha das
garras de minha mãe, perguntou: Valtinho meu bem! Você não
escutou a gente te chamando? Valtinho! A gente berrou horas por
você! A gente já ia chamar o delegado achando que tu tava dentro
do açude menino! Porque você não respondeu meu filho? Ao que
meu irmão levantou seu meio palminho de rosto pra ela ! Abriu um
sorrizão e respondeu sacudindo calmamente os ombros:
*** MIM É FEGO MIM NUM ICUTA! RSRSRRSSRRSRSRS***
Tradução simultânea...
A mesma resposta que minha tia dava à minha mãe...
EU SOU SEGA... NÃO ESCUTO!
RSRSRSRSRSRSRSRRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRS
Os vizinhos caíram na gargalhada !
Minha tia, de boca aberta, não sabia se dava uns tapas ou uns
bejinhos no moleque... E minha mãe,irada, pegou na orelha do
pirralho levando-o para dentro aos gritos! Tá vendo Valdívia? É
só pra isso que você presta ! O pestinha fez igualzinho você faz
comigo! ! !
Um dia eu ainda te mato ! Irmã desnaturada! ! !
E os vizinhos rindo muito, foram pra suas casas agradecendo
a Deus por tudo ter acabado bem... rsrsrsrsrsrrsrssrsrsrsrrsrs
Flor de Lyz
04 de março de 2016
P. S. Esta história é ***VERÍDICA***