Eu Era Feliz e Sabia!

“Quero um bate – papo na esquina/Eu quero o Rio antigo com crianças nas calçadas brincando sem perigo, sem metrô e sem frescão. O ontem no amanhã!... ”

Gosto de cantarolar essa canção simples de poesia rica. Seus versos tem um sabor nostálgico tipo: eu era feliz e não sabia.

Fico lembrando quando meu Rio de Janeiro era assim, manso e inofensivo e com muitas crianças nas calçadas brincado.

Hoje em dia criança não brinca, não corre descalço, não canta ciranda e nem sabe o que é pular amarelinha... Não entra na roda e nem recitar um verso simples... Batatinha quando nasce, “Esparrama” pelo chão...

O mundo girou, girou e girou. E o tempo passou a correr levando embora todo o prazer.

O leiteiro e o peixeiro nunca mais!

O rádio de pilha se perdeu na pilha de ultrapassados

Alguém pode me dá notícias do Marisa dentuça, da Sandrinha quatro olhos, do Jorge baleia e da Solange piolho?

Cadê o docinho que estava aqui? Cor, flor fruta, fruta doce temporã?

Pera, uva ou maçã?

Afinal, com quem ficou o anel?

Ah, o que era bom virou coisa do passado, engomado e guardado nas gavetas das lembranças. Coisas do meu tempo de criança! Quando eu brincava sem perigo em dias alegres e coloridos nesse Rio, que quem não viu não pode entender o que é, paz e amor!

Marisa Rosa Cabral

02/03/2016.

Marisa Rosa
Enviado por Marisa Rosa em 02/03/2016
Reeditado em 13/05/2021
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