Alberto Cury e o pato que não grasnou
O que passo a contar é verdadeiro e aconteceu com um dos maiores locutores do rádio brasileiro: Alberto Cury.
Membro de uma família famosa de artistas como o também locutor Jorge Cury e o cantor Ivon Cury, todos falecidos, Alberto trabalhava na década de 60 na Rádio Jornal do Brasil e apresentava um "rádio jornal" – era este o termo – sozinho e por uma hora seguida sem intervalo comercial.
O programa era líder de audiência do horário é equivalente ao que é hoje o Jornal Nacional. Errar era uma palavra que não havia no dicionário dos profissionais que ali trabalhavam. E Cury era um deles.
Pois, vida que segue, um belo dia, faltando uns 20 minutos para o jornal terminar, eis que entra no estúdio um operador – que infelizmente esqueci o nome, mas tive o prazer de trabalhar com ele na Tupi, com uma sacola na mão.
Coloca a sacola no chão, faz uma pequena abertura nela e sai sem dar uma palavra. Cury que estava lendo o noticiário continua, mas mantém os olhos na sacola. Passados alguns minutos, sai da sacola uma cabeça de um pato.
Contando a história a seus estagiários, do qual eu fui um deles, Cury conta que conseguiu levar o "rádio jornal" até o final, mas ainda bem o pato não fez " quá quá", porque se tivesse feito a risada seria total e o jornal teria ido para o brejo.
Eta época boa esta do rádio. Uma época que não volta mais!