Incomunicabilidade sexual

Hoje as pessoas estão muito mais soltas, livres, abertas, dialogam sobre qualquer problema, busca, até, como diria Dadá Jacaré, uma solucionática para seus grilos. Quase não existe mais os tabus e preconceitos de antigamente.

Um dos maiores problemas do passado,não riam, please, era o pós-coito. Ele gerava uma dúvida atroz. Da parte da mulher era saber se satisfizera plenamente o parceiro. A mulher, notadamente a casada, nem pensava na própria satisfação pessoal, mas na do marido. Era o mais importante, suaabsoluta prioridade na relação sexual porque, caso contrário,ela temia, o cara iria procurar as putas. Já o marido era saber se a mulher havia gozado. Só que não perguntava. Pergunta às putas, à mulher não. Era uma pegunta que a moral reacionária e conservadora vigente não pemitia, não se podia pergunta a uma muher direita: - Você gozou, querida? O outro drama era que essa preocupação de ambos fazia do sexo um momento meio constrangedor, o sexo se transformava num problema. Às vezes um deles tinha uma vontade, um desejo, queria realizar uma fantasia, mas issoera algo não convencional, um pecado, algo que poderia macular o sagrado matrimônio, algo indigno de um casal cristão, algo contra a moral e os bons costumes.

Não vou me alongar, mas muitos casamentos iam para o volume morto devido a essa moral reacionária e aos padres invejosos que viviam pregando abstenção dos prazeres,mas de olho nas mulheres e nas crianças e adolescentes. Resultado, algumas mulheres traiam seus maridos com um amante que "variava" o trivial simples, e além de perbuntar a elas se haviam gozado, faziam certos macetes. E os homens iam buscar com as putas o quenaotinham em casa. Era a incomunicabilidade social. Uma merda. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 01/03/2016
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