Não brinque com a Senhora Rabinowicz
Renée Rabinowicz nasceu na Bélgica e ainda menina foi com a família para os Estados Unidos em 1941, escapando dos fornos nazistas. Tornou-se advogada de renome em Nova York, casou-se e enviuvou duas vezes e, octogenária, tomou um vôo para Israel para visitar amigos, parentes, lugares e gentes.
No curso do voo, com a linha aérea israelense, a El Al, alojada na classe executiva, foi abordada por um aeromoço que acabou convencendo-a a trocar de lugar. Mesmo relutante, Renée atendeu, cumprindo a determinação dum vizinho seu: naturalmente, outro judeu, mas esse, ah, esse ortodoxo até no breu.
Homem da seita haredi, que congrega várias correntes, todas puramente repelentes, que alegou que o Torá proibia proximidade de homem e mulher. E prevaleceu o desejo seu. Com aqueles cachinhos de cabelos laterais, enroladinhos ademais, chapéu e terno pretos pra mostrar sua atinência àquela sacra abstinência.
Viagem concluída, doída e pê da vida, restou a Remée processar a empresa aérea por discriminação etérea. Pediu 13 mil dólares de reparação, e a El Al contrapropôs dar 200. E assim de desonto em passagem futura que ela viesse a comprar.
A Renée coube renegar. Você iria aceitar, ou mandar o haredi se barbear?