BURGUESIA. ANTES E DEPOIS DA LAVAJATO.
Um divisor de águas entre transparências e novos códigos de moral e relacionamentos negociais entre os setores públicos e privados surgirá depois deste evento que pareceu surgir do acaso e levará para o ocaso antigas práticas, na mistura fétida do público com o privado; a "lavajato".
O gato atrás do rato tradicional pode mudar, deve mudar. Novos padrões de conhecimento aportarão. Por quê? Ninguém mais confiará na impunidade, ainda que a ação estatal das instituições não leve de forma drástica para permanecer atrás das grades os nomes da evidência, mas levará ao menos para um exílio que habita a pena moral, e ela é significativa para quem transitava de mansões para hotéis de multiplicadas estrelas em seus aviões próprios e detinham o privilégio de exclusivismos sofisticados.
É duro ficar para esse perfil em cubículos de 12 metros quadrados com três outros seres humanos diversos, higiene reduzida, comendo o simplório e vivendo no que restou para a “honra”.
Essa é a burguesia que faz e fez mal associada ao Estado moderno, que corrompe e faz corromper, diferentemente dos que produziam intramuros nos pequenos burgos da idade média alta, longeva.
Incomodou o Poder da realeza então absolutista esses outros burgueses, reinado que acabou por perder para o empreendimento, para os artesãos, trabalhadores, produtores.
A Revolução francesa foi um marco, todos sabem, e os “bourgeoise”, burgueses, legado dos vassalos, sofreram a intimidação do marxismo, e continuam incipientemente tentando até hoje, mesmo diante da fragorosa derrota passando por Gorbachev, cabeça harmonizadora e vidente, pela derrubada do muro de Berlin, acrescida do “ficar de joelho”, em genuflexo amplo, em hibridismo surpreendente depois de Mao, a China, e também a Rússia com sua cortina de ferro transformada em papel, a farsa comunista, diante da obviedade, da força do trabalho como recurso pessoal segundo os dons de cada um, nunca controlada pelo Estado idiotizado pela cassação da liberdade.
A elite é aquela que traz conhecimento, deve ser recepcionada com a certeza de buscar o melhor para fazer a mesma justiça distributiva de Tomás de Aquino, aliada à pacificação de Gandhi, dando um salto para o futuro na redenção pelo homem em sua saga na perseguição da liberdade pelo trabalho, de todas as liberdades, dizendo com Galbraith na depressão de 29, que à exceção do capitalismo ( que não seja o selvagem) nada de melhor se ofereceu à sociedade. É o organicismo de Adam Smith que ensinou a saída pela iniciativa privada e ação livre, sem intervenção estatal, a legítima competição absolutamente livre entre os concorrentes, trazendo o recuo dos preços dos insumos e produtos e ao aprimoramento das atividades.
A burguesia foi o eixo transformador da sociedade, desde a motivação das conquistas libertárias da revolução francesa, que a idiotia comunista pensou poder abortar em sua insignificância de pensar, que se reduziu a um episódio histórico, e às conquistas todas a nós chegadas pela livre iniciativa sem as pesadas e obtusas mãos do Estado comunista, fulminado em todo mundo, restando resíduos, guetos minimizados pela própria estupidez de pretender cercear liberdades.
Deve-se, pois, muito, historicamente, ao bem que a burguesia trouxe,como irá se dever à "Lavajato" no Brasil.