carnaval
Nosso carnaval seria todo ele quarta-feira de cinzas sem bloco para cantar. Os dias alegres foram de brigas, silêncio e solidão.
Chega a noite e deitamos incontinenti para dormir, sem nos falarmos, e haveria de ser assim até que a folia fosse dissipada pelo amanhecer.
Foi quando a carne se fez valer, primeiro a de minha esposa que em decúbito ventral dedilhava sua bucetinha enquanto gemia como uma garotinha que descobre as delícias do sexo, ao perceber a cena pus-me a uivar como lobo e a lambe-la com língua embrutecida de cão sedento, espalhando líquidos sobre o lençol.
Subi em seu corpo cálido, senti meu falo teso aquecer-se dentro de sua cavidade, ela posicionava sua bundinha em direção meu umbigo com movimentos reiterados; gozamos desse jeito, se houvesse um retrato daquele sexo seria o de dois corpos suados; um par de bichos carnívoros trepando.
Gozamos, cada um a seu tempo, na própria frequência...expelimos um caldo que molhava a ambos e o pequeno quarto de madeira exalava cheiro de festa da carne e se ouviam sorrisos e se viam muitas cores.
Mais tarde, porém, tivemos um último ato: “isso faço eu mesma sozinha, quero é língua” disse me ao masturba-la com meu conjunto de dedos, imediatamente passei minha língua voraz em sua pérola umidíssima, e a cena, sons, toques e cheiros aconteceram novamente. Foi assim que chegamos ao final do desfile, já com o sol a brilhar: nus e reconciliados.