A guerra no supermercado
A guerra no supermercado
Viviane terminava suas compras no supermercado e já se posicionava a procura de uma fila menor. Encontrou justamente o que procurava. Apenas um senhor com um carrinho cheio de refrigerantes estavam a sua frente. Já imaginava chegar a casa em breve.
Estava bem tranqüila. De repente, surge a esposa do senhor que estava na fila a sua frente. Trazia um carrinho carregado de produtos. Viviane recusou-se a acreditar que aquilo estava acontecendo. Reclamou imediatamente, alegando que o senhor estava agindo de má fé para guardar o lugar na fila. O senhor não ficou calado e disse-lhe alguns impropérios num tom alto de voz e agressivo. Viviane numa questão de segundos num simples olhar pelo seu carrinho fez um inventário do que poderia usar em caso de defesa. Encontrou uma garrafa de suco e esperou. O ataque não aconteceu.
Viviane teve seu direito reconhecido afinal o casal tinha agido de má fé, cometido um verdadeiro crime, a esposa do senhor que estava na sua vez pagando suas compras teria que entrar de novo na fila, pois não estava com todos os produtos ali manter. Baseada na cartilha de comportamento e normas de pessoas no supermercado, Viviane, venceu mais uma batalha em sua vida, e ainda colocou em todas as redes sociais comentando a falta de educação do casal.
Após a leitura dos comentários na rede social respondeu a todos, ora defendendo sua opinião a respeito das regras e normas no supermercado, ora reclamando da falta de educação da população de seu bairro, seu estado, seu país, seu planeta.
Alguns comentários ainda incentivaram-na a jogar a garrafa de suco no chão e armar o maior “barraco”. Em tempo de guerras malditas por todo o planeta, as pessoas acabam se acostumando com a violência e acha “normal” fazer uma guerra por um mal entendido no super mercado. Qualquer dia vai chamar a polícia para resolver briga em fila de mercado, ou por pisar em fezes de animais na calçada.
Gente isto é sério. O sistema está doente. As pessoas todas esquizóides. Vamos tentar ser felizes sem tantas brigas?
Afinal que a paz sobrevenha a tanta revolta, intolerância, inversão de valores. Antes de atacar, vamos repensar nossas guerrinhas sem sentido?
Viva os bem humorados, aplauso para os que sabem agradecer por estar vivos e guardam um sorriso amigo para ocasiões difíceis.
A fila de supermercado pode ser a gota de água, o estopim da bomba, a ponta de um iceberg ou uma séria reflexão sobre normas e regras para conviver bem.
Sinto pena da senhora que se foi após seu escândalo certa de ter razão. Recebeu o troféu máximo da intolerância e a vitória dos ignorantes, o tempo passa, mas eles não aprendem nada nessa escola que é a vida.