O que as mulheres querem? (EC)
A lista provisória já deu oito voltas da Terra a Lua. Brincadeiras à parte há mulheres que sabem o que querem e há aquelas que dizem uma coisa e querem, na verdade, o oposto do que falam. Dizem que foi isso que levou o Dr. Freud a estudar a histeria e o que pode levar muitos a pensar ser insolúvel a questão acima, mas não se pense que a incoerência seja prerrogativa das mulheres.
Enquanto atualizo a minha lista de quereres, falarei de umas coisinhas que ocorreram na cidade na semana que passou. Afinal, se alguém quiser matar a charada que ressuscite o Dr. Freud. Eu, hein, rosa?!
Como é difícil tomar partido em determinadas situações. Alguém já pensou que talvez não devêssemos? Pesa muito a imagem de pessoas do bem, que temos de nós, para seguirmos manipulados não só pela mídia, mais ainda pelos que nos são próximos. Em “A festa da insignificância”, um personagem de Kundera já disse que no novo milênio o mundo será governado pelos umbigos.
Esta semana correu a notícia da bravata das meninas, no alto de sua liberdade (e, assim espero, da correspondente responsabilidade), para utilizarem short curto na escola, uma boa escola. Gostaria de dizer que esse quê está mais para pais do que para mestres e que, por absoluta incompetência sobre filhos, silencio por aqui.
Soube também da rescisão de contrato de prestação de serviços de 170 brigadianos pelo Governo do Estado, e, aqui nem vou fazer conjecturas sobre o aumento da violência e da insegurança nas cidades. É que às vezes brinco de Poliana e cismo: bem que poderia sobrevir alguma ordem do caos..., mas esse brincar não preenche a frase.
O IBGE corrigiu o mapa, onde se lia lago, leia-se rio, ficando assim definido que o Guaíba é rio. Parece a insignificância da semana, mas não. No caso dos rios, a legislação considera até 500 metros junto às margens como área de preservação permanente e com isso há restrições de obras nessa área. Espero que com esse “canetaço” se consiga o que o berreiro geral não conseguiu, que é embargar as obras do cais da Mauá.
Na orelha do livro “Felicidade Clandestina”, que terminei de ler esta semana, o editor menciona que, desde o início, Clarice Lispector recusou a escravidão dos gêneros. Sabe aquela dúvida que todos têm, se o texto é conto ou crônica? Pois bem, não importava para a escritora. Mas ela era Clarice e eu aqui me reservo o direito de ficar à margem do papel tanto quanto a minha insignificância o permita.
Não serei menos feminista por não defender esta ou aquela “opinião formada sobre tudo, tudo”, como na metamorfose de Raul, nem deixarei de sonhar que aquele recorte azulzinho à janela, que esta semana ganhou o direito de ser chamado rio, está ligado com todas as gotas ao oceano.
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - O Que as Mulheres Têm
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