DOGMAS ESPÍRITAS

O que sabe um bebê sobre a vida? Nada, absolutamente nada.

Será que tem uma personalidade formada ou prestes a formar-se?

Um bebê é um pequeno corpo envolto por um fragmento da espiritualidade. Os primeiros movimentos e a maneira como é recebido no novo mundo moldarão a sua personalidade. São as sutilezas os catalisadores para a formação de um novo indivíduo. Suas características serão o resultado de muitos fatores: lugar, família e outros relacionamentos. Ele não vem pronto, não é lógico.

As aptidões e os sentimentos irão desenvolver-se com um ritmo próprio. Nada sabe sobre como comunicar-se e o mundo é uma constante descoberta. Não saberá o que são as coisas deste mundo se não for orientado e ensinado para tal.

É o espírito particular de uma pessoa já vivida anteriormente? Os espíritas afirmam que sim. Eu discordo com veemência! Que seja um espírito, sim, mas com outra demanda para criar uma nova personalidade no avanço da civilização humana.

A pré-determinação para efetuar uma tarefa específica foge a lógica racional. Seria cômodo se assim fosse, mas não é.

A retórica de que “A” é a reencarnação de “B” é improvável, embora fantasiemos o contrário.

É muito mais lógico que a espiritualidade encubra o corpo físico para novas experiências e, que com o fenecimento deste, possa aproveita-las em outras paragens muito além do nosso entendimento. Dizer que Mozart continua compondo no além, é muito para minha cabeça. Ou, dizer que Beethoven seja reencarnação de outro gênio foge a racionalidade. Suas genialidades são muito mais ligadas aos aspectos humanos do que espirituais ainda pouco entendidos por nós.

Evoluir sempre, esta é a meta espírita e deveria ser de todos. Mas, será que realmente evoluímos, ou o nosso perceber sobre a nossa evolução é muito maior do que realmente é?

Faça um retrospecto das suas últimas vinte quatro horas e cite um exemplo de evolução que tivestes. Foi justo, bondoso e solidário? Quantas vezes? Teus pensamentos foram bons?

O manto de espiritualidade que reveste e investe no novo ser que chega a este mundo não traz as vicissitudes, mágoas de supostas vidas anteriores. É uma nova etapa. É um exagero afirmar que tal espírito vem em tal família para aprender e curar feridas anteriores.

Estamos onde devemos estar, pois esta é a dinâmica da Criação.

Somos o que construímos ser nesta fase terrena, pois das outras fases pouco ou nada sabemos.

Se verdade fosse que muitos foram reis, ciganas e guerreiros em vidas anteriores, certo é que no passado não haveria lugar para tantos reis, guerreiros e ciganas!

Quem admite que fora um simples mortal na suposta vida anterior?

O resgate cármico é uma fantasia repetida tantas vezes que acabamos acreditando.

Não acredite em tudo o que os livros escrevem. Tudo é muito bonito e emocionante. Mas, é só isso. Ouse em discordar. Seja um e não mais um.

O único resgate sensato é o que acontece nesta vida terrena: Plantar e colher.

Não nos enganemos, ainda temos muito chão pela frente ainda!

Não aprendemos a amar.

Não aprendemos a perdoar.

Não aprendemos a repartir.

Não aprendemos a doar.

Somos negligentes com a dor alheia.

Somos materialistas de carteirinha.

Olhe em sua volta, que você cairá na real. O mundo está desmoronando.

E você faz parte dele.

Ou não?

Sérgio Clos