sabonete íntimo
Naomi era uma moça bem cuidada, percebia-se pela coloração rósea de sua pele, sentada de pernas abertas na cadeira, seminua, com o vestido arriado sob os seios, as mãos passeando pelo interior de suas coxas e três dedos hábeis dançando ritmados entre doces lábios vaginais.
Os anatomistas classificam seu tipo de vagina como "pérola raríssima", por seu perfume, textura, sabor, ph e acolhida; era a própria Natureza desvendada, a fonte da vida jorrando para garantir a ininterrupta jornada da reprodução.
Sua buceta era-me naqueles dias a perdição, rastejava-me à seus pés, Naomi era profissional do sexo, uma talentosa atriz pornô - fotografava-a por todos os ângulos - Oh! a puta sublime, acolhia à todos com seu fervor de líquidos internos, eram bem vindos em sua cava.
Transávamos frequentemente após o término de suas sessões eróticas - deitaria sob seus pés eternamente, não fosse ela consumida pela sífilis. Certo fim de tarde eu a encontrei em seu quarto, quando já esquelética pela doença, as coxas outrora torneadas por músculos vigorosos, no lusco-fusco, eram rígidas e secas, mas sua vagina resistia como a flor de lótus resiste à umidade; eu era seu devoto fiel, aquele que não à abandonara pela deformação de seu corpo e permanecia desejando-a, querendo seu amor.
Me repelia, advertindo-me que se a possuísse poderia me contaminar com um pouquinho de vírus, não achava isso razão suficiente para deter-me, o risco sempre fora necessário à mim, um compulsivo apaixonado por Naomi - elegeu-me como o "verdadeiro amor" o seu devotado servo que morre pelo venerando Salvador. Me recebia com sua "pérola raríssima" reluzente em meio ao cancro, limpinha por um sabonete íntimo. Fora naquele dia ao crepúsculo, minha despedida.