* 47 E SETE ANOS ATRÁS... Reminiscências. (Valorizamos o presente, quando lembramos o passado).
Quando os fatos e os acontecimentos eclodiram éramos jovens, - vinte e dois anos, família constituída e uma filha. - não tínhamos exata visão do que estava acontecendo com toda a sua abrangência, bem mais tarde com vivência e clareza fomos compreendendo, o que ocorreu naquele longínquo 31 de março e que teve sua efetiva concretização em 01 de abril; era irreversível, não seria um acontecimento histórico restrito a nós, mas a vários países da América Latina. – Uruguaia, Argentina e Chile. - Para muitos, como nós, faltava este entendimento, de um enfoque mais global, das disputas de dois blocos antagônicos que concorriam à hegemonia do mundo em si; com os objetivos de implantarem sistemas políticos e econômicos de consequências imprevisíveis...
Os meios de comunicações, na época, recaiam sobre o rádio, jornais, pois pouca gente tinha acesso a TV.
Os “argumentos” para se justificarem o arbítrio, dos que se apossaram do poder, de governantes eleitos pelo voto popular, continham “meias verdades”; se exortava à nação, a iniciar uma nova página de sua história, com promessas de novos tempos, e que o bem estar do povo estaria acima dos próprios interesses partidários; e para se alcançar estes objetivos os fins justificariam os meios, pois estávamos às vésparas de ser implantando “uma república sindicalista”, com aval e a influencia do bloco econômico e político, que disputava o predomínio: Socialismo - URSS - do outro sistema, EUA, que tinha por objetivo fortalecer os alicerces do Capitalismo...
A vida prosseguia, teríamos que nos adaptar, a conviver, pois assumimos o compromisso da unidade familiar, que a qualquer custo deveria ser preservada, mantida acima de quaisquer interesses...
Mais de duas décadas se passaram, e neste período alguns optaram pela violência, achando que este seria o caminho para que a democracia retornasse...
Naquele exato momento, foram impulsionados, por esta atitude revolucionaria. Hoje, passados, quase cinco décadas, nos dá uma melhor condição para analisar esta página recente de nossa história, os detentores do poder, dentro de sua visão, achavam que estavam fazendo o melhor para o país, os opositores ao poder instaurado, alguns, escolheram a violência, como a única alternativa, para que o regime democrático voltasse à normalidade...
Ambos abraçavam com ardor suas causas que achavam justas, e sua atitude é que seriam melhores para a nação...
Sob este ponto de vista, não podemos afirmar que um lado está totalmente correto e que o outro incorreto, naqueles graves momentos cada um agia de acordo com sua consciência, em que todos os seus atos, justificariam os fins não importando os meios. Ao longo da história, com menos isenção de ânimo, hoje temos uma melhor condição de refletir, nas causas dos acontecimentos que envolveram a nação e outros países coirmãos em que autoritarismo durantes anos suspendeu o exercício pleno da democracia...
O panorama político mundial apresentava uma situação extremamente complexa, dois regimes antagônicos, lutando, tenazmente para interferir e impor suas correntes ideológicas, que poderiam refletir na economia e na política, tentando “convencer”, que o sistema defendido por cada corrente ideológica, era o que tinha mais condições de beneficiar as aspirações populares de um país mais próspero e solidário...
Ledo engano, aos que durante as suas vidas deram tudo de si em prol da implantação do primeiro regime citado: o “socialismo” após sete décadas; ruiu, com marco divisor da queda do muro de Berlin...
O outro sistema também está em crise, é necessário permanente “reformas”, para adaptá-lo a complexidade da economia globalizada; são contínuos desafios, que exigem modificações de paradigmas que durante séculos nortearam os caminhos do “Capitalismo”, em sucessivos conflitos dos que somente tem a oferecer o trabalho...
Quem sabe se não estamos nos encaminhando para uma nova sociedade globalizada, com preços mais justos à produção, melhor acessível a grande parte dos povos, e que, finalmente com melhor retribuição justa aos que produz em que a sede do lucro, dê lugar a solidariedade, as necessidades são recíprocas, basta de divisionismo, descriminações, todos temos direitos e deveres, a vida em si, a cada um é uma dádiva de inestimável valor, e não deve mais ser desperdiçada a pretexto do egoísmo exacerbado, que não une, divide, eclodindo na violência, que tanto malefícios têm causado ao longo de nossa história...
Finalizamos por hoje nossas Reflexões do Cotidiano, agradecendo aos nossos prezados leitores por lerem nossas palavras; elas têm por objetivo construir; na certeza que a construção de um mundo melhor, depende de cada um de nos, nos pequenos gestos, que muito embora possam não parecer importantes, se somarão com muitos outros que aspiram com estas melhorias; o amanhã pode ser melhor, tudo dependo do nosso hoje...
Curitiba, 01 de abril de 2011- Reflexões do Cotidiano- Saul – Reminiscências. Hoje é 24 de fevereiro de 2016
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