O SERTANEJO É ANTES DE TUDO UM FORTE
Euclides da Cunha escreveu um livro fabuloso, “Os Sertões”, em 1902, cunhou a expressão título desta crônica e sua obra foi um verdadeiro tratado sobre a “Guerra de Canudos”, que durou de 1896 a 1897 e narrou com riqueza de detalhes a luta de Antonio Conselheiro e seus seguidores, ao final dizimados pelas forças militares.
A música “Súplica Cearense” (“Oh, Deus, perdoe esse pobre coitado, que de joelhos rezou um bocado, pedindo pra chuva cair, cair sem parar”), belíssima por sinal, canta as agruras da sofrida gente nordestina, sujeita ao sol inclemente e à secura da catinga braba.
Pois não é que suas preces foram ouvidas e, ontem mesmo, Sergipe estava feliz com seus açudes cheios, com sete vezes mais chuvas do que o esperado, fazendo a alegria do povo? Foi lindo ver as pessoas rezando aos santos das suas devoções, agradecendo as bênçãos vindas do céu.
Água nos açudes salva as plantações e o gado que morria nos pastos secos. A catinga ganha nova vida e o verde volta a prevalecer naquela região. Como disse um sertanejo, “O povo já estava triste porque ficava vendo os bichinhos com fome, com sede e veio uma grandeza dessa na hora certa”, falou o agricultor Valter Santos.
É comovente presenciar a fibra desses irmãos nordestinos, quase sempre abandonados à sua própria sorte, porém com alma e espírito inquebrantáveis, arrostando as dificuldades sem abandonar a sua terra querida.
Aqui fica a nossa modesta homenagem a todos esses bravos irmãos brasileiros, cuja força e coragem enchem nosso peito de orgulho varonil!...
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B.Hte., 23/02/16